Cientistas brasileiros recebem reconhecimento internacional da Associação Americana para o Avanço da Ciência

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Carlos Nobre e Ricardo Galvão foram os dois cientistas brasileiros escolhidos pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) para receberem prêmios em reconhecimento aos seus trabalhos relacionados à Amazônia. 

Carlos Nobre durante palestra nas comemorações dos 40 anos do Instituto de Geociências
Carlos Nobre importante contribuição na compreensão e proteção da biodiversidade e dos povos indígenas da Floresta Amazônica

Especializado nos efeitos das mudanças climáticas na Amazônia e líder em política científica para uma Amazônia sustentável, o climatologista Carlos Nobre recebeu o Prêmio AAAS 2021 de Diplomacia Científica por sua contribuição na compreensão e proteção da biodiversidade e dos povos indígenas da Floresta Amazônica. Nobre é o primeiro brasileiro a receber o prêmio, estabelecido em 2013, com o objetivo de reconhecer pesquisadores que atuam junto às comunidades da ciência, engenharia ou relações exteriores.

O climatologista se dedica às Geociências e às Ciências Ambientais há mais de quatro décadas. Esteve na Unicamp em 2019 durante os 40 anos do Instituto de Geociências, quando apresentou o conceito da Terceira Via/Amazônia 4.0, projeto que desenvolve no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).

O físico Ricardo Galvão receberá o Prêmio AAAS 2021 de Liberdade e Responsabilidade Científica, criado em 1980 para homenagear cientistas que demonstram liberdade e responsabilidade científica em circunstâncias particularmente desafiadoras, com risco para sua segurança profissional ou física.

Quando o presidente Jair Bolsonaro atacou a legitimidade de um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 2019 sobre desmatamento na Amazônia, Galvão defendeu a ciência reafirmando os dados apresentados. Isso custou seu cargo.

Ricardo Galvão durante palestra no IFGW, logo após ser exonerado do cargo no Inpe por reafirmar seu posicionamento sobre desmatamento na Amazônia
Ricardo Galvão durante palestra no IFGW dias depois de ser exonerado do cargo no Inpe por reafirmar seu posicionamento sobre desmatamento na Amazônia

Galvão completou 49 anos de serviço público em 2020. Iniciou a carreira científica no INPE em 1970. No ano seguinte iniciou o mestrado em Engenharia Elétrica na Unicamp e permaneceu como professor no Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) até 1982. Obteve livre-docência em 1983 pelo Instituto de Física da USP (1983), onde mantém seu vínculo atual. Em palestra no IFGW em 2019, Galvão apresentou uma série temporal de medidas de desmatamento de florestas tropicais do mundo, com margem de acerto de 95% e que o INPE começou a desenvolver em 1988.

A cerimônia virtual de entrega dos prêmios ocorreu nesta terça (10), durante o 187º encontro anual da AAAS.

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Ricardo Galvão e Carlos Nobre premiados por associação americana

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004