A Unicamp participa nesta sexta-feira (12) do movimento Luto Pela Vida, que reúne universidades estaduais e federais numa ação conjunta em sinal de luto, respeito e solidariedade às centenas de milhares de mortes pela Covid-19 no Brasil. A ação consiste em fixar faixas pretas nas fachadas das instituições com a mensagem "Luto Pela Vida e Todos Pela Vacina". Na quarta-feira (10), também foi lançado o documento Pacto pela Vida e pelo Brasil, assinado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Comissão Arns.
A iniciativa do movimento Luto pela Vida, que também envolve a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta ainda com a participação das universidades Federais de São Carlos (UFSCar), do ABC (UFABC), de Santa Catarina (UFSC), de Santa Maria (UFSM), do Paraná (UFPR) e do Rio Grande do Norte (UFRN). O movimento será realizado nesta sexta-feira (12), por ser a data que marca um ano da primeira morte por Covid-19 no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a primeira vítima fatal da doença no País foi uma mulher de 57 anos, morta após ser internada em um hospital municipal da capital paulista.
“A Unicamp participa desse movimento, em defesa da vida, nesse momento difícil que estamos atravessando”, diz o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel. Segundo ele, a ação conjunta das universidades reitera o posicionamento da Unicamp em lutar pela aceleração da vacinação no país, em defesa da ciência e contra a pseudociência, reforçando as medidas necessárias para conter a circulação do vírus, como o uso de máscaras e distanciamento social. Na Unicamp, a faixa será instalada próximo à Reitoria, na parede lateral do prédio da Procuradoria Geral.
A ação das universidades representa um ato de repúdio aos gestos e às falas negacionistas que contribuíram para que o país registrasse o momento mais agudo da pandemia um ano após seu surgimento oficial. Foi em 11 de março de 2020 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a Covid-19 como pandemia, em alerta global sobre o avanço da doença.
"Estamos em luto porque a Universidade com seus projetos científicos, suas ações extensionistas, como aquelas de atenção à saúde, e seus projetos de ensino forma cidadãos que devem zelar pelo bem maior do ser humano que é a vida. Além disso, demonstramos o nosso apoio às vacinas, tanto para valorizar as vidas salvas pela imunização quanto para ressaltar que essas vacinas são produzidas por pesquisadores formados pelas universidades", afirma Pasqual Barretti, Reitor da Unesp e atual presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp).
"Infelizmente, o negacionismo e o desprezo à Ciência e ao conhecimento estão cobrando um preço muito alto. Não é aceitável a perda dessas vidas; não podemos considerar isto como uma coisa normal. Vamos sim, com o desenvolvimento da Ciência e através do esclarecimento da população, virar o jogo. As universidades do País e no exterior já demonstraram a sua competência, atendendo às demandas da sociedade. Desde o desenvolvimento de equipamentos, ao conhecimento da pandemia e do vírus, até o desenvolvimento da vacina. E, falando em vacinas, sem dúvida, ela é a nossa maior arma para combater esse vírus. E tenho certeza que com a vacinação em massa vamos ter tempos melhores. Então, luto pela vida e todos pela vacina", diz o Reitor da USP, Vahan Agopyan.
"Além de marcar o nosso luto pelas vítimas, este ato também se posiciona contrário ao negacionismo que temos visto no País. A Ciência tem mostrado o caminho a ser seguido e as ferramentas que temos em mãos hoje para enfrentar a Covid-19, que são o distanciamento social, o uso de máscara, a higiene frequente das mãos e uma importância enorme de evitar aglomerações. Mas, infelizmente, não temos visto grande apoio a essas medidas, em função do negacionismo", alerta a Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira.
A Reitora destaca também que a defesa das vacinas é fundamental para que haja um movimento centralizado, equânime e que seja eficaz para aquisição dessas vacinas e para efetiva implantação do Plano Nacional de Imunização. "É com muito orgulho que a UFSCar está presente neste ato, junto às universidades parceiras", completa.
Neste momento, o Brasil pode ser considerado o epicentro da pandemia, com mais de 2 mil mortes por dia, número recorde registrado na última quarta-feira (10/3). No total, são mais de 270 mil vidas perdidas no País desde o registro da primeira morte em 2020.