Antonio Augusto Arantes Neto recebe título de Professor Emérito da Unicamp

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Docente contribuiu para a criação do Departamento de Antropologia do IFCH da Unicamp (foto: Antonio Scarpinetti)

Nesta quarta-feira (17), a Unicamp concedeu o título de Professor Emérito a Antonio Augusto Arantes Neto, docente do Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. A solenidade ocorreu de forma virtual e contou com a participação de membros do Conselho Universitário da Unicamp e das professoras Eunice Ribeiro Durham (USP) e Artionka Góes Capiberibe (Unicamp), madrinhas do professor homenageado. 

Bacharel e Mestre em Ciências Sociais pela USP e Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, Antonio Augusto Arantes Neto tem uma carreira que se destaca pelas contribuições com o meio científico e também com as instituições públicas de defesa do patrimônio cultural brasileiro. Na Unicamp, trabalhou na criação do Departamento de Antropologia do IFCH e, após sua aposentadoria, vem atuando como colaborador junto ao departamento e aos programas de pós-graduação do IFCH, além de contribuir ativamente para a inclusão de alunos na vida acadêmica por meio das Bolsas de Auxílio Social (BAS).

De forma paralela ao trabalho universitário, foi membro do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Estado de São Paulo e conduziu o processo de criação do órgão na esfera municipal em Campinas. Também foi dirigente das Associações Brasileira e Latino-Americana de Antropologia e participou da elaboração de implementação da Convenção da Unesco para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Entre 2004 e 2005, foi presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

"Acho que sempre fui instigado pela busca daquilo que faço, pelo sentido social mais amplo do meu trabalho. Não é à toa que esse sentido social mais amplo seja inerente às ciências sociais. Acho difícil que um cientista social se contente em fazer reflexões frias e distantes a respeito da condição humana, da história e da sociedade. Nós somos parte dela e, dificilmente, podemos nos afastar dessa realidade", compartilhou Antonio Augusto ao considerar sua atuação junto à Unicamp e a outras instituições públicas um ponto alto de sua trajetória. 

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Artionka Capiberibe (Unicamp) e Eunice Durham (USP), madrinhas de Antonio Augusto, acompanharam momentos importantes da carreira do novo professor emérito (fotos: acervo SEC/Unicamp e Léo Ramos/Revista Pesquisa Fapesp)

Professora de Antonio Augusto na USP nos anos 1960 e uma de suas referências na atuação acadêmica, Eunice Durham afirmou que ele foi um de seus alunos mais brilhantes e que formou uma geração de antropólogos. Ela também reconheceu a importância de seu trabalho na identificação de aspectos que constituem o patrimônio cultural brasileiro e sua identidade. "A ausência do sentido de pertencimento do país explica a ausência do sentimento de responsabilidade pela sociedade. O que constitui a grande qualidade do trabalho do Antonio Augusto é o fato de ele sempre trabalhar pela ampliação do acesso ao nosso patrimônio histórico e cultural. É dentro do acesso a esse patrimônio que nós construímos e somos sempre lembrados de nossa participação no país", ressaltou Durham. 

Autora da proposta de concessão do título, Artionka Capiberibe compartilhou sua experiência, enquanto aluna de graduação, de ter sido monitora de uma disciplina ministrada por Antonio Augusto. Segundo ela, sua postura como docente serve hoje de referência para ela: "Tenho uma lembrança daquela experiência que me acompanha e me serve de modelo até hoje, que é a da seriedade com que ele conduzia as aulas e sua interlocução comigo, que na época não passava de uma jovem de 22 anos. Ficava admirada que ele levasse em consideração minhas observações sobre suas aulas e sobre a avaliação das e dos estudantes. Esse modelo de ouvir e aprender com os mais jovens ficou entranhado em mim e tento reproduzir em meu exercício de docência". 

Para o reitor Marcelo Knobel, a homenagem feita ao docente e a concessão do título de Professor Emérito cumpre também um reconhecimento importante do papel da ciência e das instituições públicas para a sociedade brasileira. "Esse momento que estamos vivendo é crucial em nossa vida, em nosso país, é um momento importante para mostrar, cada vez mais, a importância da ciência, da educação e, em particular, da educação pública. Temos que lutar pelo fortalecimento das instituições públicas que são fundamentais para a soberania e para o futuro sustentável do país, menos desigual e que tenha como meta que todas as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor", pontuou Knobel. 

Confira a cerimônia na íntegra disponível no YouTube:

 

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004