Em sua sexta edição, a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Cabeça e Pescoço Julho Verde 2021 teve início na quinta-feira (01/07) e foi marcada por uma manhã de música e informação para os pacientes do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, na Divisão de Otorrinolaringologia, a partir das 8h. A campanha conta este ano com o apoio e participação do novo Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU). O objetivo da Campanha Julho Verde 2021, coordenada pelo médico Flávio M. Gripp, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, é alertar para a importância dos exames preventivos e o diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço.
Com o slogan “Desperte a Esperança, Venha para o Julho Verde”, este ano a divulgação da campanha da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) ganha ainda mais importância devido ao impacto causado pela pandemia a 43% dos pacientes em tratamento de câncer, segundo levantamento do Instituto Oncoguia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reconhece os resultados negativos da pandemia no tratamento do câncer.
Incidência
No Brasil, o câncer de cabeça e pescoço deve acometer anualmente de 35 mil a 40 mil brasileiros. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, é o quinto mais comum, ficando atrás do câncer de mama, tireoide, cólon e reto.
O câncer de cavidade oral é o sétimo mais comum no Brasil. Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de cigarro pode ocasionar a doença, assim como a exposição excessiva aos raios solares. O HPV também está associado ao câncer de cabeça e pescoço. O diagnóstico da doença entre jovens (menores que 45 anos) tem se tornado frequente, decorrentes de tumores originados pelo HPV.
Em 2020, o câncer de tireoide acometeu aproximadamente 12 mil mulheres (novos casos). Entre os homens, foram 11 mil novos casos; e em laringe, aproximadamente 6,5 mil novos casos.
Prevenção
Cerca de 60% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados tardiamente, aumentando as possibilidades de sequelas no paciente e diminuindo as chances de cura.
Grande número de pessoas deixou de realizar exames regulares desde o início da pandemia de Coronavírus, o que contribuiu para dificultar o diagnóstico em estágio inicial. A ideia da campanha este ano é reforçar a divulgação para aumentar a chance de sobrevida e de reabilitação a partir do diagnóstico precoce.
Cabeça e Pescoço
Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais. Mexem, portanto, com a estética facial, a deglutição, a alimentação e a voz do paciente.
27 de julho
Criado pela International Federation of Head and Neck Oncologic Societies (IFHNOS), com apoio da OMS, 27 de julho foi instituído como Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. O mês de julho oficialmente foi instituído como mês de conscientização e combate ao câncer de cabeça e pescoço por meio da criação do projeto de lei 8086/2017.
Como evitar
- Não fumar;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes;
- Manter boa higiene bucal;
- Usar protetor solar e evitar exposição ao sol prolongada;
- Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral;
- Manter o peso corporal adequado;
- Recomendar a vacinação do HPV para os meninos de 11 a 14 anos e para meninas de 9 a 14 anos.
IOU – Quem somos O Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) – inteiramente construído com recursos doados pelo Ministério Público do Trabalho, fruto da indenização por dano moral coletivo da ação civil pública no caso Shell/Basf de Paulínia – será inaugurado ainda este ano e prestará atendimento especializado à população, promovendo reestruturação e expansão da Divisão de Otorrinolaringologia, Cabeça e Pescoço do Hospital de Clínicas da Unicamp, que há mais de cinco décadas atende à população. A proposta do Instituto é atuar de forma integrada com os agentes de saúde da rede estadual. Coordenado pelo professor titular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Dr. Agrício Crespo, o projeto é único no meio acadêmico e será destinado à formação de especialistas e à educação continuada, além do desenvolvimento de pesquisas e difusão de novos conhecimentos.
Matéria original publicada no site do HC da Unicamp.