Atratividade das universidades latino-americanas é discutida em evento da Times Higher Education e USP

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audiodescrição: reprodução colorida da tela do evento, em que o reitor da unicamp está se pronunciando
Discussão foi mediada pelo reitor da Unicamp, Antonio José Meirelles

A atratividade das universidades da América Latina para o estabelecimento de parcerias com outras instituições de ensino e pesquisa foi o tema de um painel moderado pelo reitor da Unicamp, Antonio José Meirelles. A discussão fez parte das atividades do Latin America Summit 2021, evento organizado em parceria entre a Times Higher Education (THE) e a Universidade de São Paulo (USP). Participaram do painel líderes de universidades do Canadá e dos Estados Unidos.

“A América Latina tem um grande número de universidades de qualidade, com grande importância para o desenvolvimento de suas regiões e países. No entanto, nem todas essas universidades conseguem manter parcerias frutíferas e duradouras com instituições internacionais proeminentes. Há espaço para as universidades da América Latina aumentarem sua presença internacionalmente, até mesmo para as que já têm uma boa reputação ao longo do mundo, como a Unicamp”, afirmou o reitor na abertura da discussão.

Os convidados para aprofundar a o tema foram a professora Cristina Amon, da Universidade de Toronto, e Steven Curral, presidente da Universidade do Sul da Flórida. Ambos abordaram as potencialidades das universidades latino-americanas para o estabelecimento de colaborações. Os pesquisadores também elencaram exemplos de cooperações já estabelecidas entre as instituições onde trabalham e universidades da América Latina. 

América Latina concentra diversidade e pesquisas de excelência 

Cristina Amon, natural do Uruguai, destacou que a região da América Latina possui diversas características que a tornam atrativa a parcerias. O fato de possuir o quarto maior bloco econômico, de ser rica em comunidades étnico e culturalmente diversas e de concentrar abundância em recursos naturais foram elementos citados. A excelência em programas de pesquisa também foi lembrada pela professora. Estudos de impacto em relação ao Zika Vírus e à pandemia da Covid-19, com elaboração de sistemas locais de testagem, como no caso da Unicamp, foram casos mencionados.  

Segundo a professora, para fazer pesquisas de impacto global é preciso que as instituições de produção de ciência se engajem em colaborações que sejam ao mesmo tempo relevantes para o seu contexto. “Não podemos trabalhar isolados, precisamos envolver as nações ao redor do mundo e as universidades da América Latina têm muito a oferecer”. Dentre as parcerias trazidas por ela, está o Consórcio de Genômica Estrutural, no qual estão engajadas a Unicamp e a Universidade de Toronto, dentre outras instituições. Colaborações relacionadas às mudanças climáticas e às desigualdades, disse Cristina, também são interesses da Universidade de Toronto junto a universidades latino-americanas.

América Latina como região estratégica

Para Steven Curral, a América Latina é uma região de grande importância para a Universidade do Sul da Flórida (USF), o que se dá primeiramente pela posição do estado da Flórida, localizado entre o Caribe e o Golfo do México. Dessa forma, a USF já estabelece diversas parcerias com universidades latino-americanas. Atualmente existem 207 parcerias acadêmicas com 243 instituições em 64 países, sendo muitos destes latino-americanos. 

Conforme o presidente da USF, há interesse na Universidade em expandir ainda mais as cooperações com a diversidade dos programas de pesquisas e de ensino na região.  “Nós estamos comprometidos em expandir parcerias com países e instituições latino-americanos. Temos cerca de 500 membros da USF engajados em parcerias com 26 locais da América Latina, em atividades de ensino e pesquisa”. Dentre as áreas de interesse para parcerias, ele cita as ciências da vida, engenharias e ciências sociais. 

audiodescrição: cartaz do evento latin america summits

Latin America Summit 2021

O evento Latin America Summit 2021 foi organizado pela consultora britânica Times Higher Education e pela USP. As atividades ocorreram entre 13 e 14 de julho, com painéis que contaram com líderes de universidades da América Latina e parceiros institucionais ao redor do mundo. Os temas da discussão centram-se em: maximização do impacto das universidades latino-americanas; desafios para a internacionalização e capacitação para construção de impacto.

No dia 13 de julho também foi lançado, concomitantemente ao evento, o ranking THE para universidades da América Latina. A Unicamp conquistou a terceira posição entre as 177 instituições analisadas. Saiba mais em:

Unicamp é a terceira melhor universidade da América Latina, aponta ranking

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004