Docentes e alunos dos cursos de Medicina e Farmácia colhem depoimentos sobre reações das vacinas contra Covid-19

Com a vacinação contra a Covid-19 em curso, alunos do curso de Farmácia e professores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp coletam notificações da população sobre possíveis reações adversas das vacinas. Importante no contexto de desenvolvimento de novos fármacos e vacinas, as notificações coletadas serão encaminhadas à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Na ação, os estudantes vinculados ao Centro Acadêmico da Farmácia (Cafarma) realizam a coleta e o repasse das informações, sob a supervisão dos docentes Patrícia Moriel, José Luis da Costa, Maurício Perroud Junior e Éder Pincinato. Embora toda pessoa possa fazer a notificação diretamente no site da Anvisa, o objetivo da Unicamp com a coleta dos relatos é agilizar o processo de notificação da Anvisa, a partir do preenchimento de um formulário disponível no Google, seguido de triagem das informações.

“Sempre que há o lançamento de novos fármacos e vacinas é preciso monitorar muito de perto os efeitos indesejáveis que eles geram na população, uma vez que os estudos clínicos desses produtos são feitos com um número restrito de participantes. As reações adversas, que são mínimas nesse grupo de voluntários de pesquisa, costumam aparecer quando temos um número muito grande de pessoas vacinadas ou fazendo uso de uma nova medicação”, explica Patrícia Moriel.

Todo relato conta quando o que se pretende é garantir a segurança dos novos fármacos e vacinas disponíveis no mercado, explica a docente da FCF. “Mesmo que seja a reação mais leve possível, como uma pequena dor de cabeça ou dor no braço, ou as mais graves, que necessitem de internação hospitalar ou pronto atendimento”, afirma.

De acordo com o docente da FCM, Maurício Perroud Junior, a iniciativa da Unicamp soma forças com os esforços das agências regulatórias e indústria farmacêutica nas ações de fármaco-vigilância pós-comercialização. “Ainda é difícil para a população geral, e até mesmo aos profissionais de saúde, ter acesso às diferentes formas de notificação”, disse.

Ainda de acordo com Perroud Junior, a iniciativa da Unicamp, liderada pela FCF e FCM, é um ponto de virada, na universidade, pois também visa estimular a difusão da vigilância farmacológica no meio acadêmico. “É importante que a comunidade acadêmica, que é formadora de opinião, possa ter conhecimento e atuar a partir desse conceito, uma vez que os produtos e medicamentos, na atualidade, são globais. Um alerta de segurança, aqui no Brasil, pode impactar no uso de um novo fármaco ou vacina, no mundo inteiro”, explicou.

A estudante do oitavo semestre do curso de Farmácia da Unicamp, Larissa dos Santos, comentou sobre a oportunidade de atuar na coleta das informações. “Essa é uma maneira, enquanto estudante, de poder atuar de forma mais efetiva no combate à Covid-19, em nosso país. Nossa expectativa é, no futuro, expandir nossa ação para reações adversas relacionadas a outros medicamentos ou vacinas, e assim contribuir com a saúde pública”, disse.

Matéria original publicada no site da FCM da Unicamp. 

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004