Andréia Galvão é a nova diretora do IFCH

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A professora Andréia Galvão, do Departamento de Ciência Política, e o professor Michel Nicolau Netto, do Departamento de Sociologia, foram empossados na última quinta-feira (22), respectivamente como diretora e diretor associado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. A nova gestão substitui os professores Alvaro Bianchi e Roberto Luis do Carmo na condução do instituto para o período 2021-2025. A cerimonia, realizada de forma remota por conta da situação sanitária, foi presidida pelo reitor da Universidade Estadual de Campinas, Antonio José de Almeida Meireles, e contou com a presença virtual de outros gestores da universidade, e foi transmitida ao vivo pelos canais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp no Youtube e redes sociais.  

Em sua fala, o professor Alvaro Bianchi relatou os desafios que se apresentaram no último período para a sociedade, e que impactam no ambiente universitário. "Destaco em particular as ameaças contra a autonomia universitária que enfrentamos, a emergência de um forte discurso negacionista que invalida o papel da ciência e da pesquisa em nossa sociedade", declarou Alvaro Bianchi. "A inesperada pandemia que nos fez revisar projetos e tomar ações importantes que visam manter pesquisas e atividades didáticas em nosso instituto e nos levaram a reforçar laços de solidariedade na comunidade e manter o instituto vivo e aguerrido como é sua historia".  

A cerimonia, realizada de forma remota por conta da situação sanitária, foi transmitida pelos canais do IFCH
A cerimonia, realizada de forma remota por conta da situação sanitária, foi transmitida pelos canais do IFCH

O professor relembrou a necessidade constante de que a universidade seja um ambiente livre do assédio sexual e moral, e a busca para uma solução para a manutenção da existência do Departamento de Demografia. Também manifestou solidariedade e pesar pelo falecimento de familiares de membros do instituto e o apoio pela recuperação do funcionário da Secretaria de Graduação Thiago Lanhoso Gilio, que se encontra internado por conta da Covid-19. 

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meireles, em sua fala destacou as contribuições do instituto para o Brasil. “O IFCH destaca-se no cenário nacional como celeiro de pensadores e estudiosos em áreas de fundamental importância para o avanço social e econômico de nosso país, com a formação de quadros qualificados, geração de conhecimento e formulação de políticas públicas e protagonismo no debate de questões contemporâneas, a contribuição do instituto para o desenvolvimento da sociedade brasileira nos últimos 50 anos foram numerosas e inestimáveis”, relatou o reitor, que destacou a importância do fato da professora Andréia Galvão ser ex-aluna de graduação da universidade.

"Quero deixar claro a disposição da Reitoria em apoiar no que estiver em nosso alcance, para ampliar a capacidade do instituto de promover mudanças em nossa sociedade por meio do ensino, pesquisa e da extensão. O momento pede a união de todos os setores da universidade em prol não apenas da instituição, mas também de uma sociedade mais justa, tolerante e igualitária", afirmou o reitor da universidade.

Já em seu discurso, a professora Andréia Galvão destacou que a proposta de disputar e assumir a direção do instituto só faria sentido se fosse por meio da constituição de um programa coletivo. “Nossa candidatura foi gestada com a participação de docentes, técnico-administrativos e estudantes que não só deram impulso a este projeto, como confiaram em nossos nomes para conduzi-lo. O engajamento de todas e todos os que se dispuseram a dialogar conosco foi fundamental para a construção de nossa carta-programa e será, certamente, decisivo em nossa gestão”.

Segundo Andréia Galvão, o autoritarismo obscurantista ameaça cotidianamente a liberdade de expressão e de manifestação, buscando cercear e destruir o pensamento crítico e reflexivo, enquanto políticas neoliberais promovem o desmonte de programas sociais e a desvalorização dos serviços públicos, afetando profundamente as universidades. Isso atinge de modo particular as Ciências Humanas, cujos temas de pesquisa são frequentemente deslegitimados em meio ao crescimento do negacionismo e da intolerância, que resultam em perseguições e tentativas de silenciamento.

"O IFCH, com toda sua tradição e seu vanguardismo, é um importante lócus de resistência e mudança. Nossa capacidade de produzir conhecimento, formular políticas públicas e conceber projetos políticos comprometidos com a justiça social é reconhecida pela comunidade científica. Mas ainda precisamos estreitar nossas relações com a sociedade de modo a nos manter conectados a realidade e divulgar o trabalho que realizamos nesse instituto radicalmente comprometido com a universidade pública, dos direitos sociais e da democracia", declarou a nova diretora, que relembrou também a participação da comunidade do IFCH na construção dos trabalhos da Comissão da Verdade e Memória “Octávio Ianni”. 

Leia a íntegra do discurso de posse da professora Andréia Galvão. 

Matéria original publicada no site do IFCH da Unicamp. 

Assista ao vídeo da cerimônia de posse: 

 

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A nova diretora do IFCH Andréia Galvão: constituição de um programa coletivo

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004