No último dia 27, o reitor da Unicamp, Prof. Antonio José de Almeida Meirelles, completou 100 dias de trabalho à frente da Universidade. Em entrevista à Secretaria Executiva de Comunicação (SEC) da Unicamp, ele faz um balanço deste início de gestão, destacando iniciativas que já estão em andamento. O reitor comenta ações direcionadas para a valorização de professores, funcionários e estudantes, bem como projetos que ampliam o potencial de inclusão e promovem a diversidade no ambiente universitário. Ele destaca, ainda, suas perspectivas para o segundo semestre de 2021 e projeções para os próximos anos. Acompanhe o vídeo a seguir e leia a mensagem da Reitoria ao final da matéria.
O reitor mencionou como uma das prioridades de seu programa de gestão as ações para a valorização das pessoas na universidade, englobando todos os agentes que compõem o ambiente acadêmico. Entre os projetos destacados com essa finalidade, ele mencionou a retomada dos processos de progressão de carreiras na Universidade. Segundo Meirelles, grupos de trabalho vão se dedicar à elaboração dessas políticas a partir de agosto. Ele também ressaltou a ampliação do espaço de funcionários na gestão da universidade e a participação de mulheres em cargos da administração da Unicamp.
Meirelles compartilhou iniciativas e demandas que devem ser atendidas para garantir o bem-estar e valorização do corpo estudantil. Para isso, aposta no incremento de políticas de permanência já aplicadas na Unicamp, como as melhorias na moradia estudantil, e no fortalecimento de políticas de inclusão. "Nós daremos início à retomada das atividades presenciais à medida em que a vacinação avance, e pretendemos fortalecer a permanência estudantil no próximo ano, fortalecer os programas de assistência social, assistência psicológica, pedagógica. Queremos também fortalecer as estruturas que cuidam disso, em particular fortalecer o papel da CADER (Comissão Assessora de Diversidade Étnico-Racial), associada à Diretoria Executiva de Direitos Humanos", comentou.
Sobre os serviços de saúde da Unicamp, responsáveis por grande parte dos atendimentos médicos prestados à região de Campinas, Meirelles avalia que a Universidade continua a ter um papel decisivo no combate à pandemia de covid-19. Isso é realizado por meio da assistência de unidades como o Hospital de Clínicas e, ainda, pelo trabalho da Força-Tarefa Unicamp contra a Covid-19, que desenvolve pesquisas científicas e mapeia a disseminação da doença pelo interior do estado.
Ele avalia que a prioridade é buscar novas parcerias e fontes de financiamento do setor de saúde da Unicamp, para que a universidade possa ampliar sua capacidade de assistência: "A demanda pelos serviços de saúde da Unicamp é muito grande, mas estamos no limite de nosso potencial. Melhorar esse atendimento assistencial exige um envolvimento maior de outros atores do meio político. Se nós tivermos uma articulação nesse sentido, podemos pensar na expansão dessa área sem prejudicar nossas questões orçamentárias".
Por fim, o reitor destacou a importância dos trabalhos da Unicamp em direção a um futuro mais sustentável, na realização dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Ele menciona a participação da universidade na Unitar (United Nations Institute for Training and Research), órgão das Nações Unidas dedicado ao treinamento de pessoas, e do convite para que a Unicamp seja uma das seis universidades do mundo a integrar a Academia da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Mensagem da Reitoria à comunidade da Unicamp
À comunidade universitária
Ao final dos primeiros 100 dias de gestão, queremos compartilhar nossas primeiras ações e iniciativas com a comunidade de docentes, funcionários, funcionárias, alunos e alunas.
O início de uma gestão envolve a familiarização com os processos em andamento, a formação das equipes e a adequação da administração. Em meio a esse esforço, concentramos nossa atenção em um dos principais pontos da nossa proposta: a valorização das pessoas.
Desse trabalho, resultam as propostas a serem apresentadas ao Conselho Universitário, já em agosto, sobre as políticas de carreiras da universidade. Pautados pelo cuidado orçamentário e pela transparência, demos conhecimento aos diretores de Unidades e às bancadas representativas do CONSU, de docentes e servidores técnicos e administrativos, de nossos planos para a progressão nas distintas carreiras universitárias. Em relação à progressão docente, ressalta-se o restabelecimento da vinculação do concurso de livre-docência com a progressão na carreira. No caso dos servidores técnico-administrativos, o destaque é para o aumento das oportunidades de progressão horizontal, de forma a ampliar a base dos possíveis funcionários contemplados ao final de cada processo. Cabe ainda mencionar a atenção dada às Carreiras Especiais, cujas progressões verticais e horizontais também serão retomadas. Entendemos que esse é um ponto fundamental para manter e renovar o interesse e o envolvimento da comunidade com a Instituição, fazendo com que o reconhecimento da dedicação dos servidores seja traduzido nos seus níveis e enquadramentos de carreiras.
Nossos estudantes são uma preocupação central e, sem sua presença nos campi, a vibração da instituição é muito menor. Contudo, considerando os riscos que as deficiências da vacinação impõem, grande parte das atividades didáticas de graduação e pós-graduação do segundo semestre de 2021 permanecerão remotas. As medidas de ampliação dos prazos de integralização dos cursos e as orientações para as atividades consideradas essenciais, cuidadosamente elaboradas pelo Comitê Científico de Contingência do Coronavírus, foram ações imprescindíveis da instituição para enfrentar essas circunstâncias. Ao longo do segundo semestre, as atividades administrativas serão paulatinamente retomadas de forma presencial, de acordo com a ampliação da vacinação.
A vida universitária, mesmo à distância, se mantém pulsante, e esses primeiros 100 dias deram espaço a ações significativas: realizamos de forma exitosa o vestibular indígena, acompanhado de várias iniciativas para acolhimento e formação desses estudantes, bem como demos início a projetos para a melhoria da Moradia Estudantil e para o aperfeiçoamento das ferramentas educacionais. Além disso, a Universidade de Portas Abertas (UPA), realizada pela primeira vez de forma virtual, foi um enorme sucesso e acolheu um grande número de estudantes de ensino médio de todo o país.
Foram iniciadas, também, ações que articulam as três universidades públicas paulistas, notadamente nas atividades de pesquisa, de ensino de graduação e pós-graduação. Em outra frente, envidamos esforços junto às agências financiadoras, em particular a FAPESP, na busca de iniciativas para reagir aos cortes de financiamento a pesquisa e bolsas. Esses cortes afetam de forma significativa a permanência e as atividades acadêmicas dos estudantes, e impactam negativamente o desenvolvimento das pesquisas de ponta realizadas pelos vários grupos da universidade.
No campo da extensão, as ações da Universidade sempre foram muitas e multifacetadas, e sua retomada presencial será paulatina. Os 100 dias acolheram inovações importantes, como a criação do programa Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP), ajustes para a realização da Bienal de Dança do SESC, a revitalização dos cursinhos populares de preparação para o vestibular e para os vestibulinhos, e a retomada dos projetos de renovação do Ginásio Multidisciplinar. Com o auxílio da Força Tarefa Unicamp (FT-Covid-19), renovamos e fortalecemos as ações de combate à pandemia, em particular junto às populações vulneráveis.
Não é demais confessar nossa frustração ao iniciar a gestão na Universidade sem a sua vida vibrante, em que a maior parte das ações e do conhecimento produzido ainda habita as telas de computador, e a comunicação entre pessoas ocorre na frieza das reuniões remotas. A pandemia da Covid-19 continua a afetar de forma significativa a nossa Instituição. As vidas por ela ceifadas são perdas que vamos carregar de forma perene, mas as perspectivas de evolução das condições de controle da pandemia nos permitem vislumbrar, em um futuro próximo, a Universidade que queremos e de que tanto gostamos, com a presença das pessoas nos seus campi, compartilhando ideias, atividades e projetos para um mundo melhor.
Reitoria da Unicamp
Campinas, 28 de julho de 2021