A construção de um Hospital Metropolitano, em área de 40 mil metros quadrados da Fazenda Argentina, foi o principal tema da 226ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (CD-RMC). O evento, realizado no Ginásio da Faculdade de Educação Física (FEF-Unicamp) na manhã da última terça-feira (21/9), contou com a presença do reitor, Antonio José de Almeida Meirelles, da coordenadora-geral da Universidade, Maria Luiza Moretti, de pró-reitores, do prefeito de Jaguariúna e presidente do CD-RMC, Gustavo Reis (MDB), da prefeita de Valinhos, Lucimara Godoy Vilas Boas (PSD), além de prefeitos e representantes de outras cidades da região e membros das secretarias estaduais de governo.
Após as boas-vindas aos presentes, o professor Antonio José de Almeida Meirelles afirmou que a atual gestão da Unicamp tem como meta “explorar as muitas possibilidades de uma relação mais próxima com a população e os governos das cidades que compõem a RMC”. Segundo o reitor, a cessão, pela Universidade, de área da Fazenda Argentina para a construção do Hospital Metropolitano é mais uma demonstração da relevância da Unicamp para a região e de seu espírito de parceria. “Um estudo divulgado no início deste ano pela Coordenadoria Geral mostrou que a Unicamp contribuiu com empreendimentos que geraram R$ 13,8 bilhões em riqueza para a região de Campinas em 2019, valor que corresponde a 21% do Produto Interno Bruto do município”, informou, ressaltando ainda a contribuição da instituição com a formação de professores e em projetos nas áreas de economia e planejamento.
A coordenadora-geral, professora Maria Luiza Moretti, disse que o “caminho das universidades é a sua aproximação com a sociedade, e o Conselho de prefeitos da RMC pode ser um grande parceiro para desenvolver um modelo nesse sentido”. Ela reforçou a defesa da construção do Hospital e falou da necessidade da Universidade contribuir para procedimentos cada vez mais eficazes no atendimento à população da área metropolitana.
Projeto
A apresentação do projeto do Hospital Metropolitano da Região de Campinas ficou a cargo do médico Oswaldo da Rocha Grassiotto, diretor executivo da Área da Saúde da Unicamp. Grassiotto divulgou números relativos aos atendimentos oferecidos sob a coordenação da universidade na região administrativa de Saúde. Segundo dados de 2019, com 925 leitos disponíveis, foram feitas 43 mil internações, além de mais de um milhão de consultas médicas, 68 mil intervenções cirúrgicas, 4,8 mil partos, 395 transplantes no HC e mais de cinco milhões de exames laboratoriais. “A Unicamp gerencia parte do Sistema Único de Saúde (SUS), cobrindo uma população de cerca sete milhões de habitantes, mas com uma estrutura de leitos da década de 1980. A construção do Hospital Metropolitano será crucial para a ampliação do atendimento a essa população”, defendeu Grassiotto.
Segundo ele, o Hospital Metropolitano, que terá gestão técnica da Unicamp, com atendimento eletivo e de urgência referenciados, demandará um investimento na ordem de R$ 320 milhões. Planeja-se o oferecimento de 400 leitos (100 deles para Unidades de Cuidados Intermediários e Unidades de Tratamentos Intensivos) no novo Hospital, a ser inaugurado em um prazo de quatro anos.
Carta Campinas
Após a apresentação do projeto e a manifestação dos representantes da Unicamp, o presidente do CD-RMC, prefeito Gustavo Reis, ressaltou que a participação da universidade “facilita sua implantação”. Reis propôs a elaboração de um documento, a “Carta Campinas”, com a finalidade de sensibilizar o Governo do Estado e deputados estaduais e federais para que colaborem com o financiamento da implantação do Hospital Metropolitano. Ele espera entregar a “Carta Campinas” ao governador e a deputados na cerimônia de inauguração da sede da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), agendada para o dia 19 de outubro, data da próxima reunião do CD-RMC.
O prefeito de Americana, Chico Sardelli (PV), avaliou como decisiva a aproximação com a Unicamp, visando a “criar políticas públicas em conjunto com a instituição”. Também elogiaram a aproximação com a Unicamp e a construção do Hospital os prefeitos de Sumaré, Luiz Dalben (Cidadania), de Santo Antonio de Posse, João Leandro Lolli (DEM), e de Santa Bárbara d´Oeste, Rafael Piovezan (PV). O prefeito de Campinas, Dario Saad, não esteve presente, tendo sido informado que ele testou positivo para Covid-19.