Membros da comunidade acadêmica da Unicamp são finalistas do 63º Prêmio Jabuti

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Três professores da Unicamp estão entre os finalistas do 63º Prêmio Jabuti: Renato Falcão Dantas, Matheus Gato e Trajano Vieira. A edição do Prêmio Jabuti de 2021 recebeu 3.422 inscritos e indicou, nesta terça-feira (16), os cinco finalistas para cada uma das 20 categorias. A divulgação dos vencedores será no dia 25 de novembro. 

O Jabuti é a principal premiação literária no Brasil. Instituído em 1959 pela Câmara Brasileira do Livro, o prêmio destaca os principais lançamentos editoriais de cada ano. A comunidade acadêmica da Unicamp costuma estar representada entre os finalistas. Na primeira classificação do 63º Jabuti, em que constavam os dez finalistas de cada categoria, obras de quatro docentes, um funcionário e uma doutoranda da Unicamp foram contempladas. Já na segunda, permanecem na disputa três docentes.

audiodescrição: montagem com as imagens de cinco capas de livros
Capas das obras que ficaram entre as dez finalistas das suas respectivas categorias 

Saiba mais sobre os livros:

Categoria Ciências

Obra: A simetria na ciência, na natureza e na arte

Autores: Petrônio Pulino e Sandra Menezes de Carvalho Abreu, professor e doutoranda no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC)

Editora: Livraria da Física

De uma forma bem didática, elaboram com rigor matemático o tema "os diferentes tipos de simetria", exemplificando-os nas figuras geométricas, na ciência, na natureza e na arte. Completam com atividades e exercícios usando as dobraduras, papel quadriculado e recortes, buscando os eixos e simetrias das figuras obtidas. O uso do recurso do software GeoGebra proposto nas atividades desafia os estudantes na construção dos conceitos matemáticos envolvidos. Os autores propõem montagens de espelhos planos para obter a correspondência entre o ângulo formado por eles com as imagens obtidas. Os espelhos planos paralelos com a formação de infinitas imagens produzem curiosidade nos jovens, provocando indagações.

Os experimentos didáticos com espelhos fecham brilhantemente o trabalho com os diferentes tipos de simetrias.

Nas páginas finais do livro, o Prof. Petrônio que é, além de matemático, um estudante de violino não poderia deixar de apresentar um breve estudo sobre a simetria e assimetria na construção de instrumentos de cordas, como o violão clássico e o violino. Essa rápida apresentação serve como motivação para uma mesma análise de outros instrumentos acústicos de cordas.

O livro A Simetria na Ciência, na Natureza e na Arte propicia aos estudantes estabelecer relações entre a matemática e a beleza encontrada na natureza e nas artes, observando proporções harmoniosas em animais e plantas, em construções arquitetônicas e na música, que os autores tão bem apontam (prefácio de Maria Zoraide Martins Costa Soares).

Categoria Ciências

Obra: Guia do pesquisador iniciante: prepare-se para ser um bom pesquisador conhecendo o meio científico

Autor: Renato Falcão Dantas, professor da Faculdade de Tecnologia (FT)

Editora: Obra Independente

Sinopse: O Guia do Pesquisador Iniciante é um livro de escrita simples e concisa, direcionado a ingressantes no meio científico e elaborado com o intuito de esclarecer dúvidas, além de antecipar ao iniciante conhecimentos úteis para o seu desenvolvimento como pesquisador. Os principais temas abordados neste livro são:

-Aspectos práticos relacionados à carreira de pesquisador;

-Como ser mais produtivo em um grupo de pesquisa;

-Como funciona o processo de julgamento de artigos e projetos;

-Como escrever um artigo científico, uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado;

-Como estruturar um projeto de pesquisa;

-Aspectos éticos ao divulgar a sua pesquisa;

-Como e por quais motivos proteger o que é produzido na pesquisa.

Categoria Ciências Humanas

Obra: O sonho curto dos napë e a pandemia

Autor: Rafael Afonso da Silva, funcionário da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Editora: Obra Independente

Sinopse: Ao mesmo tempo em que adentra o “caos interpretativo” instituído pela atual “pandemia-pandemônio” (Krenak), indo da análise kopenawana da xawara (epidemia) aos achados de diversos estudos eco-epidemiológicos que a confirmam e complementam, indo da biopolítica à microbiopolítica e desta às geografias relacionais da pandemia, o livro é um convite a fazer dançar a imagem de outras cosmopolíticas contra o “cosmocapital”.

Categoria Ciências Sociais

Obra: O massacre dos libertos: sobre raça e república no Brasil (1888-1889)

Autor: Matheus Gato, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)

Editora Perspectiva

Sinopse: A História é sempre o resultado de uma escolha. Iluminam-se certos episódios, nublam-se outros, há sempre um presente para se sustentar com os fatos do passado. O futuro, porém, está irremediavelmente associado ao passado, que precisa ser revisto e reexplorado para que caminhemos adiante. O Massacre dos Libertos recupera aos brasileiros a violência histórica do racismo e da escravidão no Brasil a partir de dois fatos seminais: a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República. E narra o massacre de negros que protestavam em São Luiz do Maranhão temendo que a República recém-constituída lhes retirasse a liberdade recém-conquistada. A partir desse episódio, o texto traça um panorama das reações racistas que se formavam e se incorporavam às estratégias dos senhores brancos para perpetuar o preconceito e a marginalização da população negra pelo mito da “fraternidade racial”.

Uma multidão de negros, cerca de duas a três mil pessoas, se dirige à sede do jornal republicano O Globo em São Luís do Maranhão para protestar contra a proclamação da República que, dizia-se à boca pequena, revogaria a Abolição. Lá, a tropa postada para garantir a lei e a ordem abre fogo contra os manifestantes, matando – números oficiais – quatro pessoas e ferindo várias.

O Massacre de 17 de novembro de 1889 articulou de modo singular os dois grandes eventos históricos do período – a abolição da escravatura e a proclamação da República –, revelando como a questão racial permeou as disputas durante a mudança de regime. Nesse contexto, do fim da ordem senhorial, as classificações de cor e outras categorizações de grupo, típicas do escravismo, foram ampliadas para incorporar as novas ideias raciais, e racistas, vigentes, redesenhando as fronteiras entre os grupos sociais. Matheus Gato aborda como o evento foi silenciado e contado ao longo dos anos. O Massacre dos Libertos desnuda as estratégias narrativas e ações políticas que visaram “apagar” as marcas da escravidão de nossa história em nome de um ideário de “fraternidade racial” que não abriu mão de hierarquizações codificadas pela cor. Um documento dos descaminhos da República, ontem como hoje.
 

Categoria Tradução

Obra: A Ilíada

Tradução: Trajano Vieira, docente do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) 

Editora: Editora 34

Sinopse: Composta no século VIII a.C., a Ilíada é considerada o marco inaugural da literatura ocidental. Tradicionalmente atribuída a Homero - ou, segundo alguns, compilada a partir de histórias da tradição oral -, a obra aborda o período de algumas semanas no último ano da Guerra de Troia (que teria ocorrido por volta do século XII a.C.), durante o cerco final dos contingentes gregos à cidadela do rei Príamo, na Ásia Menor.

O poema, formado por mais de 15 mil versos em hexâmetro datílico, distribuídos em 24 cantos, se inicia quando o principal guerreiro grego, Aquiles, se afasta do campo de batalha após uma briga com seu comandante, Agamêmnon. A guerra de dez anos teria sido provocada pelo rapto de Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, pelo príncipe troiano Páris. As impressionantes cenas de batalha entre os combatentes gregos e os guerreiros troianos liderados por Heitor, irmão de Páris, e a iminente volta de Aquiles, que fará com que os gregos retomem a vantagem no conflito, constituem o cerne da narrativa - sempre com a participação ativa dos deuses, divididos no apoio a cada facção.

A Ilíada ganha agora uma nova tradução - das mãos de Trajano Vieira, professor livre-docente da Unicamp e premiado tradutor da Odisseia -, rigorosamente metrificada, que busca recriar em nossa língua a excelência do original, com seus símiles e invenções vocabulares, que permeiam uma narrativa repleta de embates entre o divino e o humano, entre a vida e a morte.

A presente edição, bilíngue, traz ainda uma série de aparatos, como um índice onomástico completo, um posfácio do tradutor, excertos da crítica, e o célebre ensaio de Simone Weil, "A Ilíada ou o poema da força".

Imagem de capa
audiodescrição: fotografia colorida do troféu prêmio jabuti

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Atualidades

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As publicações são divididas de maneira didática nos temas Saúde Geral da Mulher, Saúde Reprodutiva, Saúde Obstétrica e Saúde da Mulher Adolescente

Cultura & Sociedade

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004