Foi inaugurada na quarta-feira (15/12) a sede administrativa do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), centro multi-institucional que atua na pesquisa de novas formas, limpas e sustentáveis, de gerar e armazenar energia. O novo espaço de uso comum está localizado na Rua Michel Debrun, em um prédio vinculado à Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, na Cidade Universitária "Zeferino Vaz”.
O ambiente conta com estações de trabalho para a equipe de suporte aos pesquisadores e projetos vinculados. A sede também conta com uma área de convivência e uma sala de reuniões que irão proporcionar um ambiente adequado ao desenvolvimento de colaborações, parcerias e outras interações necessárias para a pesquisa de ponta e a transferência de tecnologia. "Este novo ambiente objetiva o desenvolvimento de projetos interdisciplinares de pesquisa e atividades de ensino, através da integração de pesquisadores de alto nível, pós-doutorandos e alunos de pós-graduação, em um espaço extremamente colaborativo", disse José Antonio Teixeira Junior, gerente executivo do CINE.
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Shell, o CINE é dirigido pela professora do Instituto de Química (IQ) da Unicamp Ana Flávia Nogueira. Ela sucede no cargo ao professor Rubens Maciel Filho, da FEQ, que foi o primeiro diretor do Centro.
O evento de inauguração, com público limitado em razão das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, contou com a presença de cerca de 40 pessoas, entre autoridades das instituições líderes do CINE (Unicamp, Universidade de São Paulo e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), diretores e gerentes da Shell, coordenadores, pesquisadores e assistentes administrativos do CINE.
Fizeram pronunciamentos o pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, professor João Marcos Travassos Romano, a diretora do CINE, professora Ana Flávia Nogueira e o diretor de Tecnologia e Inovação da Shell, Olivier E. Wambersie.
Em sua fala, Romano frisou a importância das colaborações para a pesquisa, aspecto essencial de centros multidisciplinares e multi-institucionais como o CINE. “Incentivamos que centros como este floresçam na Unicamp”, disse o pró-reitor. Por sua vez, Wambersie destacou a relevância do desafio mundial da transição energética - a mudança para uma matriz energética sem emissões líquidas de carbono -, o que, para ele, dá um impulso emocional ao trabalho científico que o CINE realiza, além de projetar uma parceria a longo prazo da Shell com as instituições envolvidas. “O CINE é um parceiro indispensável para a Shell”, disse o executivo da empresa.
Em seu pronunciamento, a diretora do CINE narrou a história do Centro, iniciada em 2017 com um edital da Fapesp em parceria com a Shell. Nesse edital, foram selecionadas quatro propostas, lideradas por ela e pelos professores Rubens Maciel Filho, Juarez da Silva (Instituto de Química de São Carlos da USP), Fábio Coral Fonseca, do IPEN, para compor os quatro programas de pesquisa do CINE. “Nós, coordenadores, não nos conhecíamos até aquele momento”, contou.
A diretora do CINE agradeceu ao seu antecessor, o professor Maciel Filho, por liderar a difícil tarefa de construir os alicerces do Centro. “O professor Rubens sabe muito bem que não foi fácil formar um centro com três instituições líderes, com três fundações diferentes e em localidades diferentes”, disse ela, agradecendo também ao primeiro vice-diretor do CINE, Giancarlo Ciolla (Shell) pelos esforços empreendidos.
Atualmente, o CINE reúne mais de 270 pesquisadores de oito instituições paulistas, tendo gerado mais de 300 artigos científicos publicados em revistas de expressão, além de uma série de patentes em áreas como energia fotovoltaica, hidrogênio verde, baterias, supercapacitores e transformação de gases do efeito estufa em matérias-primas para a indústria. “Tenho muito orgulho em dizer que, após três anos desde o início das atividades, o CINE é um centro de sucesso”, afirmou a diretora, parabenizando a todos que contribuíram para esse resultado.
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