A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) registrou 2.805 inscritos para o Vestibular Indígena 2022, primeiro ano da seleção unificada entre a UFSCar e a Unicamp para o ingresso de estudantes indígenas em diferentes cursos de graduação das duas universidades. As inscrições gratuitas foram encerradas no dia 20 de janeiro. Na UFSCar, essa é a 15ª edição da modalidade de ingresso para estudantes indígenas e na Unicamp, a quarta. Na última edição oferecida de maneira separada, as universidades somaram 2.409 inscrições, sendo 1.697 na Unicamp e 712 na UFSCar. A Unicamp oferece 130 vagas, distribuídas em todos os cursos da Universidade, e a UFSCar oferece até duas vagas, em 65 diferentes opções de cursos.
Para o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto, o número registrado representa uma grande conquista para os estudantes e para as duas universidades. “Sinaliza que o trabalho conjunto de duas importantes universidades públicas, a Unicamp e a UFSCar, juntas pela primeira vez para realizar esse vestibular, foi muito bem recebido pelos estudantes. São duas instituições comprometidas com a inclusão dos povos indígenas e que trabalham, dentro de suas perspectivas, para serem universidades com cada vez mais representatividade de todos os estudantes”, afirmou José Alves.
Ouça a matéria produzida pela Rádio Unicamp sobre o tema:
Mudança
A Comvest anunciou uma alteração na data de realização do exame. Inicialmente prevista para o dia 13 de março, a prova está sendo mudada para o dia 27 de março, devido ao contexto da pandemia de Covid-19 e na expectativa de uma diminuição dos casos até o final do mês de março. A prova será aplicada de maneira presencial, em seis cidades do país: Campinas (SP), Recife (PE), Dourados (MS), São Gabriel da Cachoeira (AM), Manaus (AM) e Tabatinga (AM). A cidade de Bauru não atingiu o número mínimo de 50 inscritos e, segundo a Comvest, conforme previsto pelas regras do Edital do processo, não terá aplicação do exame. Os candidatos que haviam escolhido a cidade de Bauru deverão realizar a prova em Campinas.
A cidade que registrou a maior procura para realizar a prova é São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com 933 candidatos. Tabatinga, também no Amazonas, é a segunda cidade com maior procura no Vestibular Indígena 2022, com 780 inscritos. A Comvest informou que irá divulgar os endereços dos locais de exame no próximo dia 18 de fevereiro, na página eletrônica do Vestibular Indígena.
José Alves destacou que o maior número de inscritos aumenta também a responsabilidade na aplicação da prova, especialmente diante da atual situação da pandemia de Covid-19. O diretor da Comvest afirmou: “temos um novo desafio: adequar os espaços nas escolas para receber com segurança sanitária e todos os protocolos exigidos pelas autoridades, os estudantes em todas as cidades em que faremos a prova. Esperamos, inclusive, uma redução na abstenção em relação ao processo anterior”, explicou José Alves.
Concorrência
Em ambas as universidades, os cursos com maior demanda foram aqueles da área de saúde/biológicas. Na UFSCar, Medicina, Enfermagem e Fisioterapia registraram as maiores demandas e, na Unicamp, Medicina, Enfermagem, Odontologia e Farmácia foram os cursos mais procurados do Vestibular Indígena 2022.
A prova será em língua portuguesa, composta de questões de múltipla escolha e uma Redação, da seguinte maneira: Linguagens e códigos (14 questões); Ciências da Natureza (12 questões); Matemática (12 questões); Ciências Humanas (12 questões); e uma Redação. O programa de estudos para a prova já está disponível nos editais, nas páginas da Comvest e da UFSCar. Os candidatos ao curso de Licenciatura em Música da Unicamp e da UFSCar, além das provas acima, deverão realizar a Prova de Habilidades Específicas em Música, com o envio eletrônico de vídeos, até o dia 8 de fevereiro, pela página do Vestibular indígena 2022, no site da Comvest.
Os candidatos precisam comprovar que pertencem a uma das etnias indígenas do território brasileiro, por meio da documentação especificada no Edital, a ser entregue no dia da prova. O Vestibular Indígena aceita somente estudantes que tenham cursado o ensino médio integralmente na rede pública (municipal, estadual, federal), ou em escolas indígenas reconhecidas pela rede pública de ensino ou tenham obtido a certificação do ensino médio pelo ENEM ou exames oficiais (por exemplo, o Enceja) e não tenham cursado nenhum período do ensino médio na rede particular.