O Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), uma parceria do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética da Unicamp com a Embrapa, lança nesta quarta-feira (16) o vídeo de animação “Do gene ao Campo” para divulgar o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data foi criada em 2011 como um alerta à população brasileira sobre a crise climática. A iniciativa se alinha ao ODS 13 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), que propõe ações contra as mudanças climáticas globais.
A animação mostra pesquisas sobre genomas de plantas e microrganismos da biodiversidade brasileira que podem inspirar a produção de variedades agrícolas mais tolerantes às mudanças climáticas, sobretudo à seca. “Vivemos um desafio duplo que é produzir alimentos para sustentar a crescente população humana em um planeta submetido a adversidades impostas pelas mudanças climáticas globais”, explica o professor Paulo Arruda, coordenador do GCCRC.
O vídeo de quatro minutos também pode ser visualizado com legendas em inglês.
Trata-se do terceiro vídeo de animação do GCCRC. O primeiro foi lançado no dia do Microbioma (27/6/2020) e destacou o potencial de resistência à seca de comunidades de fungos e bactérias que habitam as plantas. O segundo, lançado para celebrar o Dia da Terra (22/4/2021), apresentou as Velózias, plantas da região central do Brasil (Campos Rupestres), naturalmente resistentes a secas prolongadas e a solos pobres em nutrientes.
“A ideia desse conjunto de animações é mostrar que, na agricultura, podemos produzir mais com menos água, menos fertilizantes e menos pesticidas”, diz Arruda.
O Centro de Pesquisa em Genômica para Mudanças Climáticas (GCCRC) está localizado em Campinas, no campus da Universidade. Ele desenvolve tecnologias para aumentar a tolerância das plantas aos estresses impostos pelas mudanças climáticas. Resultado de uma parceria entre a Embrapa e a Unicamp, o GCCRC é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio do programa Centros de Pesquisa em Engenharia.
Injustiça Climática
De acordo com o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, muitos dos impactos do aquecimento global são irreversíveis. O IPCC alerta para o aumento da frequência de secas, que deve impactar a produção agrícola, a pesca tradicional, a segurança alimentar e a saúde humana.
O relatório afirma que os eventos extremos já expuseram milhões de pessoas à insegurança alimentar e hídrica, sobretudo as mais vulneráveis. Embora seja um fenômeno global, a crise climática afeta as regiões de forma desigual, e fatores como pobreza, desigualdade social, gênero, etnia acentuam os efeitos.
Os maiores impactos observados são na África, na América Latina, na Ásia, nos pequenos países insulares e no Ártico. Além disso, a mudança do clima retardou os ganhos de produtividade da agricultura mundial nos últimos 50 anos. A desnutrição aumentou, afetando principalmente idosos, crianças, mulheres grávidas e indígenas.