Autonomia universitária e defesa da ciência no contexto da pandemia

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Mesa-redonda
Mesa-Redonda tratou de um dos temas fundamentais para a Universidade e para a produção da ciência: a autonomia

Em fevereiro de 1989, o então governador Orestes Quércia assinou o Decreto nº 29.598, considerado um marco no sistema de financiamento do Ensino Superior no Brasil, ao estabelecer um percentual fixo de 8,4% da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para custear as três universidades paulistas - USP, Unicamp e Unesp. Consolidou-se, assim, uma exigência fundamental para a Universidade e para a produção de ciência, a autonomia. A importância da autonomia universitária no contexto da pandemia foi tema de mesa-redonda ocorrida no dia 14, dentro da programação da Calourada 2022 da Unicamp, cujo mote é "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida". “Autonomia é um conceito caro à universidade. O Decreto de 1989 abriu um espaço de planejamento, nos deu autonomia financeira e de gestão”, afirmou o reitor da Unicamp Antonio José de Almeida Meirelles. Ela permitiu que, em março de 2020, a Unicamp fosse a primeira universidade pública do país a suspender as atividades presenciais em razão da pandemia de Covid-19.

A mesa aconteceu no Centro de Convenções da Unicamp em dois momentos: às 15 horas, com a participação do reitor e da professora do Instituto de Biologia da Unicamp, Silvia Gatti, e às 19 horas, quando estiveram presentes o pró-reitor de Pesquisa, João Marcos Romano, o coordenador da Força- Tarefa Unicamp contra a Covid-19, Marcelo Mori, e Luciana Utsunomiya, médica sanitarista no SUS e mestranda em Saúde Coletiva na Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Silvia Gatti, reitor Antonio Meirelles e Sávio Cavalcante: A Ciência em defesa da vida 
Silvia Gatti, reitor Antonio Meirelles e Sávio Cavalcante: A Ciência em defesa da vida 

Força-Tarefa contra Covid-19

O reitor da Unicamp destacou a importância da ciência e da universidade para o desenvolvimento econômico do país, citando exemplos como o desenvolvimento da fibra ótica, do etanol e da produção de soja. “Graças à liberdade para tomar decisões e administrar o próprio orçamento, a Unicamp conseguiu superar as dificuldades financeiras decorrentes da crise sanitária, dando continuidade às suas atividades e contribuindo de forma decisiva para o combate à Covid-19 nas frentes assistencial e de pesquisa”, pontuou.

Em 2020, a Unicamp criou uma força-tarefa dedicada à padronização, ao credenciamento e ao aumento da capacidade de teste para a Covid-19. “Nossa atuação ao longo da pandemia mostra a importância da universidade no contexto social. Somos uma instituição acadêmica, mas também somos parte da sociedade e temos uma responsabilidade no enfrentamento de seus desafios”, disse Marcelo Mori. “Na universidade estão reunidos diferentes saberes, infraestrutura e recursos humanos diferenciados. O fato de sermos uma instituição pública nos coloca este compromisso com a sociedade. Convido os novos alunos a se engajarem nele”.

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No tópico Ciência em defesa da vida foi apresentada a iniciativa da força-tarefa dedicada à padronização, ao credenciamento e ao aumento da capacidade de teste para a Covid-19

Em uma parceria com o Instituto Butantã, a Força-Tarefa da Unicamp chegou a realizar cinco mil testes por dia, em mais de 200 municípios no Estado. Em Sumaré, por exemplo, foram realizados testes, campanhas de esclarecimento sobre a doença e sua prevenção e distribuição de cestas básicas em uma ocupação da cidade. “Foi uma atuação marcante no sentido de levar informação de qualidade e ajudar a comunidade a se organizar”, contou Luciana Utsunomiya. Ela destacou o papel do SUS e da Unicamp no atendimento à população vulnerável. “Tivemos um impacto significativo para essas pessoas, alargando o significado da universidade na vida deles”.

O pró-reitor de Pesquisa assinalou que o caráter público da Unicamp impõe uma responsabilidade perante a sociedade. “Prestamos um serviço à sociedade de uma forma muito singular, com o compromisso de um retorno que é multifacetado, pela formação de pessoas, pelas pesquisas e atividades de extensão, e também como uma referência, pois a ciência é uma luz para a sociedade como um todo”, pontuou. Retomando o tema da Calourada, ele lembrou que a defesa da ciência não se restringe à excelência acadêmica, a métricas e à produtividade. “A excelência deve ser entendida no sentido de fazer o melhor, de uma confiança na ciência como amiga da verdade. O compromisso com a ciência nos leva a um compromisso ético com a sociedade, que contribui para construir um ambiente que beneficia a todos”, disse. “Queremos que todos possam contribuir com o compromisso social que nos sustenta”, finalizou.

Público participou em dois momentos das abordagens sobre a importância da autonomia e a ciência para a vida
Público participou em dois momentos das abordagens sobre a importância da autonomia e a ciência para a vida

Outras informações sobre a programação no site da Calourada 2022

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Confira imagens do evento ocorrido no Centro de Convenções :  

Tema da Calourada 2022: "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida"
Luciana Utsunomiya, médica sanitarista no SUS e mestranda em Saúde Coletiva na Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
Marcelo Mori, coordenador da Força-Tarefa contra Covid-19 da Unicamp
Pró-reitor de Pesquisa, João Marcos Romano
Tema da Calourada 2022: "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida"
Tema da Calourada 2022: "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida"
Tema da Calourada 2022: "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida"
Tema da Calourada 2022: "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida"
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Tema foi abordado em dois momentos durante a programação da Calourada 2022, cujo mote é "Autonomia em defesa da ciência, ciência em defesa da vida" 

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004