Toda criança tem o direito de brincar. Se for em espaços abertos, a experiência será mais saudável e prazerosa. Mas a poluição do ar das grandes cidades ameaça a saúde dos pequenos. Pensando em conscientizar desde cedo sobre os seus riscos, professoras da Unicamp organizaram o projeto "Qualidade do ar em minha cidade: de onde vem essa poluição". Crianças da região de Campinas participaram de encontros online, uma exposição artística e uma visita a uma área de poluição para se sensibilizarem sobre o tema. O projeto tem apoio do Instituto Alana, organização que promove o direito e o desenvolvimento integral de crianças.
A ação foi organizada pelas professoras Juliana Albareli, docente da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e líder do grupo Ciências CaJu, e Gina Aguilar, do Instituto de Artes (IA). "A chamada do projeto 'Livre para brincar lá fora', do Instituto Alana, falava da poluição do ar e sobre como ela afeta mais as crianças que os adultos, principalmente as mais novas. A ideia é pensar com elas sobre a poluição, de onde ela vem, como é o ar da nossa cidade", explica Albareli. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 93% das crianças do mundo respiram ar com níveis de poluição acima do recomendado.
As crianças também participaram de encontros online em que aprenderam a respeito do tema e foram incentivadas a se expressar sobre ele por meio de desenhos, pinturas, esculturas e maquetes. As obras foram apresentadas em um evento realizado em 25 de março no Espaço Cultural Goma, em Barão Geraldo. Em 26 de março, o grupo participou de uma visita ao entorno da Refinaria de Paulínia (Replan), local com alta concentração de poluentes. O objetivo era mostrar às crianças como a poluição altera o entorno. "Visualizamos como as árvores locais tinham o tronco escurecido e como algumas estavam florindo fora de época. Os metais estavam bastante oxidados e sujos e havia muitas plantas dormideiras pelos canteiros. Os efeitos da poluição se tornaram óbvios", relata Albareli. No fim do passeio, eles conversaram sobre as possibilidades de construir um futuro com menos poluição e quais ações individuais e coletivas podem ser tomadas nessa direção.