A Rádio e TV Unicamp dá início a um novo produto de comunicação com o objetivo de abrir espaço ao debate de ideias sobre grandes temas e levar ao público reflexões feitas por professores e pesquisadores da Universidade. Com formato híbrido, em áudio e vídeo, o Podcast Analisa aborda temas ligados à política, sociedade, cultura, ciência e tecnologia. Ele pode ser acessado pelos principais agregadores de áudio e pelo site da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp (sec.unicamp.br). No canal da TV Unicamp, é possível conferir a gravação do programa e informações complementares em vídeo.
Alcir Pécora, professor titular de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, é o primeiro convidado do Analisa. Ele comenta as obras literárias indicadas para o Vestibular Unicamp de 2024, 2025 e 2026. Entre os autores selecionados, estão nomes como Conceição Evaristo, Ailton Krenak, Caio Fernando Abreu e Chimamanda Adichie. Na entrevista, Pécora reflete sobre a diversidade de autores trazidos para o exame e o que isso representa para o ensino de Literatura.
"Estávamos muito fixados em um cânone um pouco enquistado, que não tinha muita utilidade do ponto de vista da representatividade nem do literário. De uma forma geral, as obras consideradas canônicas no Brasil, especialmente em São Paulo, não representam o melhor da literatura produzida por aqui, mesmo em termos eruditos. É uma literatura muito formada em torno de um grupo ligado ao modernismo paulista", comenta Pécora.
Ele considera que os professores do Ensino Médio e pré-vestibular estão preparados para incorporar novas formas de literatura em suas aulas. No entanto, acredita que a diferença está no incentivo à leitura. "O ensino de Literatura se resolve com a leitura. É fundamental estar sempre exposto a livros diferentes, adquirir o gosto pela leitura. Isso não significa ler apenas livros escolhidos para o vestibular. A melhor forma de se preparar para o vestibular é ler muitos livros além dos que estão na lista. Essa lista é uma amostra, representa algo importante para a abertura a novas obras, mas o que conta realmente é a exposição da inteligência em relação aos livros".
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