O reitor Antonio Meirelles nomeou os novos membros do Conselho Científico e Cultural do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp. Entre eles, estão acadêmicos e profissionais de destaque que contribuíram para a gestão pública, como ministros e secretários de Estado, em áreas como economia, geologia, física, relações internacionais, química e engenharia.
Os novos conselheiros são o geólogo Álvaro Crósta, o diplomata Celso Amorim, o químico Fernando Galembeck, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o engenheiro Nelson Maculan Filho e o físico Sergio Rezende. Continuam no colegiado na gestão 2021-2024 o sociólogo Augusto Rodrigues, o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, o médico Erney Plessmann de Camargo, a biomédica Helena Nader, a socióloga Maria Alice Setubal, o crítico de arte Martin Grossmann e o engenheiro Wilson Ferreira Junior.
Criado em 2017, a missão do Conselho é apoiar a formulação de políticas de gestão acadêmica, administrativa e financeira do Instituto. Atualmente, é presidido pelo matemático José Mario Martinez, professor emérito da Unicamp, tendo os docentes Christiano Lyra como coordenador e Isabella Tardin Cardoso como coordenadora adjunta. Os integrantes do colegiado são escolhidos entre membros do magistério superior da Unicamp e membros da comunidade com reconhecida atuação na vida cultural ou científica.
Segundo Martinez, o Conselho Científico e Cultural é um espaço para a livre discussão de iniciativas e propostas, sem limitações administrativas ou burocráticas. Por manterem uma distância do núcleo executivo do Instituto, os conselheiros têm liberdade de se pronunciar sobre os mais variados temas.
“É hábito dos coordenadores do IdEA manter diálogos com os conselheiros e com a presidência do Conselho sobre diversos problemas, desde os mais gerais, vinculados às demandas globais, até os relativos à administração universitária. A presidência do Conselho do IdEA espera que diferentes posições circulem livremente e em espírito de colaboração”, declarou Martinez.
Em entrevista ao Portal da Unicamp, Sergio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia (2005-2011), afirmou que, apesar de participar de diversos conselhos, essa é a primeira vez que integra o colegiado de um instituto de estudos avançados. “Espero ajudar com minha experiência de mais de meio século, iniciada quando fui professor da PUC do Rio de Janeiro, em 1968. Apesar de formalmente aposentado, ainda atuo na pós-graduação e publico trabalhos”, disse o físico, que lecionou na Unicamp entre 1971 e 1972, presidiu a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) entre 2003 e 2005 e é docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desde 1972.
Com um extenso e diversificado currículo, o diplomata Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores (2003-2011) e da Defesa (2011-2015), teve contatos variados com a Unicamp como gestor público, inclusive com seu fundador, Zeferino Vaz. Em entrevista ao Portal da Unicamp, o ex-chanceler disse ter ficado lisonjeado com o convite, já que não tem relações pessoais com os integrantes do Conselho. Antes de ingressar na carreira diplomática, em 1963, Amorim atuou na produção cinematográfica, com Ruy Guerra e Leon Hirszman (1937-1987). Na década seguinte, recuperou essa vocação, assumindo a direção geral da Embrafilme (1979-1982).
“Valorizo a universidade como espaço de diversidade e formulação de ideias. Fico contente de poder levar um pouco da minha experiência, que é mais prática do que teórica, e de poder interagir com as pessoas. Mesmo porque esse conselho é bastante plural”, destacou Amorim, que já lecionou na Universidade de Brasília (UnB). Para ele, a composição do conselho, que reúne pesquisadores da matemática, engenharia e estudos clássicos, entre outras áreas, permite uma perspectiva ampla e humanista.
Elogiando a visão de desenvolvimento científico de Rezende e a proeminência de Amorim na geopolítica da América Latina, Mario Martinez exaltou o currículo dos novos conselheiros. “Crósta é um especialista em geologia planetária com grande experiência na administração da Unicamp; Galembeck, químico de renome internacional, ocupou diversos cargos de responsabilidade na Universidade e em instituições científicas; Belluzzo, ex-secretário de Estado, é um economista famoso por sua comunicação com o grande público em revistas e livros; Maculan, um dos líderes da Pesquisa Operacional na América Latina e professor emérito em universidades europeias, mantém relações fraternais com a administração do IdEA.”
O novo Conselho Científico e Cultural do IdEA fará sua primeira reunião no início do segundo semestre de 2022 para apresentação dos novos membros, discussão do relatório anual de atividades e dos projetos futuros.
