Liberação de recursos para radar dá novo impulso a projeto de Centro Meteorológico da RMC

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Realizado no auditório da Embrapa, o workshop teve a participação da Defesa Civil de São Paulo, do Corpo de Bombeiros e da Agemcamp

Quatro anos depois de iniciado, o projeto de implantação do Centro Regional de Meteorologia da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que deverá funcionar na Unicamp, ganhou um novo impulso.

Um crédito de R$ 3 milhões para a aquisição de um radar para detecção de eventos climáticos extremos, viabilizado pela Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), foi liberado pelo Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas.

Operando de forma ininterrupta, o novo radar irá atender aos municípios da RMC e auxiliará na formulação de políticas de prevenção e enfrentamento a eventos extremos, como o das microexplosões registradas em Campinas há seis anos. Na ocasião, um temporal derrubou mais de duas mil árvores, destelhou dezenas de casas e afetou diretamente mais de 1,5 mil pessoas. Segundo dados oficiais, o temporal provocou prejuízos de ao menos R$ 30 milhões.

O objetivo do Centro de Meteorologia é fornecer dados para a Defesa Civil em políticas de prevenção e monitoramento de recursos hídricos, além de subsidiar pesquisas sobre clima e agricultura na Unicamp.

O Centro irá operar em uma sala da Embrapa Digital, no campus de Barão Geraldo, onde já funciona o Cepagri. De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado de 31 de maio, o instrumento de liberação de crédito vale por 25 meses. A partir de agora, a Unicamp irá realizar a licitação para a aquisição do equipamento.

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Pesquisadora e meteorologista do Cepagri, Ana Ávila; diretor executivo da Agemcamp, Benjamim Vieira de Souza e do diretor estadual de Proteção e Defesa Civil, Tenente Coronel Rinaldo de Araújo Monteiro: Integração com outros sistemas de radares e com outras instituições   

“Estamos agindo o mais rápido possível, seguindo os trâmites administrativos de uma licitação de compra de equipamento importado, junto a  mais de uma empresa representante de radares meteorológicos no Brasil”, disse a pesquisadora e meteorologista do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, Ana Ávila.

Por se tratar de ano eleitoral, há limitação de prazo. “Faremos o possível para que a licitação ocorra até o dia 2 de julho, mas não há garantias, devido ao curto prazo. De qualquer forma, a ideia é trabalhar com rapidez”, acrescentou. Segundo a pesquisadora, a fabricação do radar leva em torno de 12 meses, mas todo o processo – assinatura do convênio, instalação dos equipamentos e  entrada em funcionamento -- está previsto para até dois anos.

De acordo com Ana Ávila, o alcance do radar chega a um raio de 100 km - 50km para uma uma quantificação precisa. Para ela, o radar seria a única ferramenta capaz de ajudar na prevenção de eventos extremos. 

"Uma das formas de reagirmos com eficiência a eventos extremos é fazer o acompanhamento meteorológico adequado", disse o reitor da Unicamp, Antonio Meirelles."Trata-se de um equipamento capaz de prever esses eventos com alta sensibilidade e no devido tempo. Como se sabe, a previsibilidade nesses casos não é grande. Portanto, é preciso monitorar", argumenta. Para o reitor, o Centro Meteorológico deverá monitorar toda a região metropolitana e será fundamental no desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas.

Ana Ávila lembrou os seis anos do evento climático extremo que foram as microexplosões em Campinas
Ana Ávila lembrou os seis anos do evento climático extremo que foram as microexplosões em Campinas

Equipamento de primeira linha

O diretor-executivo da Agemcamp, Benjamim Vieira de Souza, lembra que o equipamento a ser adquirido é equivalente ao usado em países desenvolvidos. “A proposta de aquisição do radar foi iniciada em 2018, quando eu era o presidente do Conselho de Prefeitos da RMC. Na ocasião, procuramos a Unicamp para uma parceria na criação do Centro Meteorológico Metropolitano”, disse.

“Teremos um equipamento de primeira linha, nos mesmos padrões de resposta e alerta dos equipamentos dos EUA. O papel da Agemcamp é justamente esse, discutir políticas públicas regionais que melhorem a vida do cidadão metropolitano, projetos de interesse comum dos 20 municípios da RMC”, finalizou.

Seis anos das microexplosões

Um workshop organizado pelo Cepagri lembrou os seis anos do evento climático extremo que foram as microexplosões em Campinas. De acordo com o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, o episódio deve servir de alerta para que as autoridades adotem medidas de prevenção e redução de danos. “Os desastres naturais nos atingem quando nos esquecemos deles”, disse Furtado, citando o físico japonês Torahiko Terada.

Realizado no auditório da Embrapa, o Workshop teve a participação da Defesa Civil de São Paulo, do Corpo de Bombeiros e da Agemcamp.

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Os surpreendentes eventos meteorológicos extremos

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004