A Unicamp é a terceira melhor universidade da América Latina, segundo o ranking Times Higher Education 2022, divulgado nesta quinta-feira (14). Neste ano, o ranking inclui 211 instituições de ensino superior de 14 países do continente, sendo 76 brasileiras. A lista é encabeçada pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, seguida pela Universidade de São Paulo (USP).
Na avaliação do reitor da Unicamp, Antonio Meirelles, o bom desempenho no ranking se deve a diversos fatores. "A qualidade dos processos de seleção do corpo docente, pesquisadores, funcionários e alunos de graduação e pós-graduação; o desenvolvimento simultâneo de ensino, pesquisa e transferência tecnológica; e o esforço permanente em alinhar essas atividades às principais demandas nacionais e internacionais de educação e pesquisa", aponta Meirelles.
Importância da autonomia e compromisso com Agenda 2030
O ranking Times Higher Education baseia-se em 13 indicadores agrupados em cinco grandes áreas: ensino, item de maior peso na classificação, correspondente a 36% da nota das instituições; pesquisa, responsável por 34% da pontuação; citações, com peso de 20%; internacionalização, correspondente a 7,5%; e transferência de conhecimento, com 2,5% de impacto na avaliação.
A Unicamp obteve 87,9 de 100 pontos na avaliação. O critério de maior nota foi pesquisa, com 100 pontos completos; seguido de ensino, com 91,3 pontos; citações e transferência de conhecimento, com 74,6 pontos; e internacionalização, com 55,9 pontos.
De acordo com a consultoria britânica, ensino e pesquisa são fatores cruciais para avaliar o comprometimento das instituições em formar novas gerações de pesquisadores e a sua capacidade de investir em pesquisa, mesmo estando sujeitas a circunstâncias econômicas e políticas. Com base nesses fatores, o estudo avalia o quanto as universidades atraem estudantes e pesquisadores de outros países, a sua contribuição para a inovação tecnológica e o seu papel como referência para outras pesquisas.
Antonio Meirelles pontua que o resultado positivo da Unicamp e das demais universidades estaduais paulistas, USP e Unesp (classificadas em 2º e 12º, respectivamente), também se deve ao modelo de financiamento baseado no percentual de arrecadação do ICMS de São Paulo e na autonomia financeira e administrativa das instituições.
"A criação deste modelo de previsão, em 1989, permitiu às universidades estaduais de São Paulo planejarem seus investimentos futuros de forma estratégica ao longo das últimas três décadas, resultando em um crescimento contínuo e consistente em seus indicadores", salienta Meirelles.
Outro fator de excelência é o alinhamento da Universidade aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. "Isso já resultou em melhorias na governança da Universidade, em aumento da inclusão e da diversidade na comunidade acadêmica e na incorporação dos grandes desafios contemporâneos às atividades de ensino, pesquisa e transferência de conhecimento da Unicamp, com consequentes ganhos em sua performance", celebra o reitor.