Para pesquisadores e pesquisadoras indígenas, a academia é, sobretudo, um espaço de resistência. É o que evidenciam as mais de cem pesquisas apresentadas no IX Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), realizado na Unicamp no final de julho. Embora os simpósios temáticos não fossem restritos a acadêmicos indígenas, foram eles – estudantes de graduação, mestrado e doutorado de diferentes etnias e partes do país – os protagonistas da primeira tarde do evento.
Mostrar como o conhecimento e o olhar dos povos indígenas vêm transformando o que entendemos como ciência é o principal objetivo da série “Ciência Ancestral”, da Rádio Unicamp. Neste primeiro episódio, é discutida a importância de espaços como o ENEI, organizado pelos próprios estudantes indígenas, para reivindicar outras formas de pensar e agir em relação a problemas que afetam não só os povos originários, mas o mundo contemporâneo.
![Artur Gonçalves (UNB), Náira Pereira (UNB) e Guilherme Oliveira (UFMG): pôsteres apresentados no ENEI](/unicamp/sites/default/files/inline-images/man_ind_20220802_01.jpg)
“Quando a gente – que vive nas nossas coletividades, onde nossa a cultura é diversificada, mas pautada na oralidade – aprende a escrever o código do não indígena e consegue levar essa melhoria e esse projeto para nossas aldeias, é uma conquista muito grande. E a gente tem que expor isso: que o indígena consegue pesquisar tão bem quanto qualquer outro estudante ou pesquisador”, defende Edilene Alves Munduruku, mestranda da Faculdade de Educação da Unicamp e integrante da comissão científica do ENEI.
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Ficha técnica:
Produção, reportagem e edição de áudio: Juliana Franco
Assistente de produção: Asriel Santana
Vinheta da série: Renata Alves
Imagem de capa: Antoninho Perri
Edição de imagem: Renan Garcia
Edição de vídeo: Beto Minetto
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![Para pesquisadores e pesquisadoras indígenas, a academia é, sobretudo, um espaço de resistência Audiodescrição: no palco de um amplo teatro de arena, imagem em plano geral de cerca de 25 pessoas que caminham sobre tablado circular de cerca de 10 metros de diâmetro, no sentido anti-horário. Todos têm pinturas indígenas coloridas distribuídas por partes do corpo, como rosto, costas, braços e peito, e vestem indumentárias indígenas como cocares, pulseiras e brincos coloridos, saias de fibra natural e, as mulheres, bustiê. Ao fundo, parte do público, cerca de 100 pessoas, nas arquibancadas. Imagem 1 de 1.](/unicamp/sites/default/files/2022-08/capa_pesquisa_indigena_AMP_capa%20%281%29.jpg)