Responsável por processos administrativos de compras, contratos e pagamentos que totalizam perto de R$ 3,1 bilhões ao ano, a Diretoria Geral de Administração (DGA) acaba de finalizar o trabalho de elaboração do Planejamento Estratégico (Planes) da Unicamp para o período 2022-2026.
Elaborado com a participação de ao menos 40 servidores, o documento reafirma objetivos da Universidade como os da sustentabilidade financeira e orçamentária e estimula os órgãos internos a intensificarem a busca por eficiência e transparência. A DGA é o coração da administração da Unicamp. O órgão tem a missão de planejar, gerenciar, normatizar e executar as funções administrativas da Universidade.
Isso quer dizer que participa de todos os processos de orientação sobre sistema de compras de materiais e serviços, importação, contabilidade, finanças, gestão de contratos, orçamento, além de cuidar de parte de serviços como transportes, gráfica central e seguros – de alunos, de professores e de bens.
“A gente não planeja os gastos, mas cabe a nós decidir como essas compras serão realizadas. Definimos como fazer a melhor compra, com menor gasto e maior qualidade. Depois disso, temos de acompanhar toda a execução até o cumprimento do contrato, realizar os pagamentos e contabilizar todas as informações”, explicou a Diretora Geral do órgão, Lina Amaral Nakata. Os grandes contratos da universidade – como de limpeza, portaria, vigilância – são licitados diretamente pela DGA.
“Nossa tarefa é conseguir comprar com o menor custo e com qualidade, porque estamos gerindo dinheiro que é público, recurso que é da sociedade. E isso é muito forte na DGA – o cuidado com o dinheiro que não é nosso, mas é da sociedade, que paga os impostos”, disse a Diretora Geral. “Mas não apenas isso. Levamos em conta ainda o fato de estarmos comprando algo que seja necessário para atender à sociedade. Quando a gente faz uma compra, a gente está comprando algo para o ensino, para a pesquisa, para a saúde ou para a extensão. Ou seja, estamos comprando alguma coisa que deverá ser empregada no atendimento à população e isso requer cuidado. Além disso, temos de agir da forma mais segura possível do ponto de vista jurídico”, argumentou.
O balanço mais recente mostra que em 2019 – antes da pandemia – foram realizadas mais de 7 mil compras na Universidade. A Unicamp contava, então, com quase 800 contratos ativos e havia realizado aproximadamente 68 mil pagamentos ao longo do ano.
Quatro grandes metas
Segundo Lucas Henrique Coutinho, da Coordenadoria de Planejamento e Projetos da DGA, o planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão que a Unicamp utiliza desde o início dos anos 2000.
De acordo com ele, essa ferramenta auxilia a Universidade a determinar aonde pretende chegar. E faz isso a partir da análise do ambiente em que está inserida e também do ambiente interno. “Olhando tudo isso, nós traçamos estratégias e definimos os caminhos que podem nos levar a atingir a meta estabelecida”, explicou o coordenador.
O Planejamento Estratégico DGA 2022-2026 parte de quatro grandes metas. A primeira é fortalecer o papel da DGA na governança da Universidade, com seus processos, produtos e serviços. Em seguida, o plano pretende consolidar a equipe da DGA como referência técnica e de suporte aos seus produtos.
Como terceira meta, o objetivo é aperfeiçoar as soluções de tecnologia da informação para suporte mais eficaz de seus processos e, por fim, aprimorar o relacionamento com clientes e parceiros.
Plano com 18 projetos centrais
Depois de definir as quatro grandes metas estratégicas, o Plano foi fechado com 18 projetos centrais – dos quais seis já estão em andamento. Um deles prevê a adoção de um novo regime de contratação de obras. Segundo Coutinho, a execução desse projeto conta com a participação de servidores da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI).
A ideia é contratar as obras previstas na Universidade utilizando as regras estipuladas pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC) – que tem como principal característica uma maior agilidade nos processos licitatórios. Com isso, apostam os técnicos, será possível reduzir prazos para a entrega das obras. Outro projeto estratégico visa à realização de estudos para a implantação de Centros de Serviços Compartilhados de Compras na Unicamp. “Hoje a Unicamp tem 40 áreas de compra. Isso dificulta a padronização dos processos”, disse Coutinho.
“Primeiro queremos estudar o assunto, mas a ideia é ter um grupo que possa tratar os diversos pedidos de compras que surgem nas unidades. Imagina-se que, com isso, se possa fazer compras maiores, planejadas e com preços menores”, argumenta ele. “Hoje temos os extremos – ou se centraliza tudo ou se descentraliza tudo. Nossa ideia é um meio-termo. Isso é um assunto borbulhante no mercado privado e que a gente quer trazer até como um exemplo de modernidade para a Unicamp”, continua ele.
“Com esse Plano Estratégico, queremos melhorar os nossos serviços, modernizar procedimentos, sistemas e estruturar grandes assuntos. É bom lembrar que temos uma nova lei de licitações, vivemos uma transformação digital e o nosso planejamento reflete isso.”,avalia Lucas Coutinho. “A gente está com um olhar muito atento à inovação, seja em procedimentos, seja em tecnologia. A modernização é um fator importante. Nós precisamos e queremos estar em alinhamento com as boas práticas aplicadas em outros órgãos públicos. A gente quer que a Universidade seja referência nisso”, finaliza.