A primeira torre do AmazonFace, experimento de fertilização por gás carbônico, passou pelo primeiro processo de montagem nesta quinta-feira, 25 de agosto, na empresa fabricante, em Campinas. O programa de pesquisa internacional, coordenado por David Lapola, do Centro de Pesquisas Meteorológias e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, e Carlos Alberto Quesada, do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA), vai investigar de que modo as mudanças climáticas afetam a floresta Amazônica.
Serão construídas 32 torres na primeira fase do projeto. A estrutura dessas torres é de alumínio, pesando em média uma tonelada e tendo 35 metros de altura. Prevê-se que as estruturas serão remontadas, mais tarde, na floresta, formando inicialmente dois anéis com 16 torres cada um. Na fase final do projeto, prevista para 2024, o total será de seis anéis.
A montagem da primeira torre levou quase dois dias e envolveu um conjunto complexo de esforços, com a participação de engenheiros e técnicos, tendo por intenção simular o que vai ser feito futuramente em área de mata fechada, onde o acesso a recursos é mais difícil. Outra dificuldade é o fato de essa ser a primeira torre do tipo em um experimento de dimensões nunca testadas em uma floresta tropical.
A tecnologia Face já foi aplicada em florestas de regiões temperadas, nos EUA e Reino Unido, e consiste na liberação de gás carbônico em grandes áreas ao ar livre, visando ao menor impacto possível no ambiente.
Todo o processo de emissão do gás é controlado por meio de algoritmos e permite respostas de longo prazo e em grande escala. Por meio dessa tecnologia é possível acelerar o processo de pesquisa sobre as reações da biodiversidade quando sujeita a volumes maiores de emissão do principal gás do efeito estufa. Os coordenadores do projeto assumiram o compromisso de fazer a compensação por todo o CO2 emitido durante o projeto, em todas as suas fases.
O programa recebeu uma verba de R$ 17 milhões do governo britânico e a partir do ano que vem deve receber outros R$ 32 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil para construção de mais quatro anéis. Dois anéis das torres vão ser instalados em uma reserva do INPA, localizada a cerca de 60 km de Manaus até março de 2023.
Veja imagens da montagem dos anéis das torres de alumínio: