Mais de 32 mil estudantes estiveram no campus de Barão Geraldo da Unicamp, neste sábado (27), na 17ª edição do evento Unicamp de Portas Abertas (UPA) 2022. Por conta da pandemia da covid-19, o programa foi suspenso em 2020. No ano passado – ainda em consequência das restrições sanitárias – foi realizado apenas no formato virtual. A presença dos estudantes no campus depois de dois anos de isolamento foi comemorada pela coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti.
Assista à transmissão feita pela SEC
“Este ano escolhemos como slogan da UPA o tema “Ciência que constrói”, porque foi justamente por meio da ciência que conseguimos retomar aquele elo que perdemos dois anos atrás, por conta da pandemia, que nos obrigou ao isolamento”, explicou a coordenadora-geral. “Foi por meio da ciência que conseguimos a vacina e, com ela, promover a imunização que possibilitou ao mundo controlar a pandemia, o que nos permitiu estarmos todos juntos aqui hoje”, disse.
A UPA tem como objetivo mostrar a Universidade aos futuros alunos. Maria Luiza lembrou o período em que também sonhava com uma vaga no curso de medicina da Unicamp.
“Nada me orgulha mais do que ter sido aluna desta Universidade”, disse ela. “Vim para cá aos 17 anos, em 1971. Sou da 9ª turma da Medicina. Eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo; alguém privilegiado. Me perguntava como, entre tantas pessoas, eu tinha conseguido estar aqui”, contou ela em entrevista ao jornalista Felipe Matheus, da TV Unicamp.
“Para mim, foram anos inesquecíveis, em que pude desfrutar o campus e a vida acadêmica. Hoje somos avós, todos, mas quando a gente se encontra, ainda nos lembramos do tempo da faculdade, das paródias e brincadeiras que fazíamos”, afirmou ela.
As várias atividades da UPA
Os mais de 32 mil estudantes que estiveram neste sábado na UPA tinham muita coisa para conhecer no campus. Eles visitaram laboratórios, oficinas e auditórios. Observaram o funcionamento de equipamentos e recursos utilizados em pesquisas e experimentos científicos. Professores, pesquisadores e estudantes de graduação fizeram demonstrações de experiências e de práticas profissionais. As unidades ofereceram palestras e rodas de conversa sobre a estrutura curricular dos cursos de graduação, atuação profissional e temas relacionados às diferentes áreas do conhecimento.
Durante as atividades, os estudantes puderam conversar, trocar experiências e tirar dúvidas com professores, alunos e profissionais egressos da Unicamp, além de atividades lúdicas e oficinas. Serviços como o de Apoio funcionaram ao longo do dia, e postos montados no entorno do Ciclo Básico ofereciam informações sobre o Vestibular da Unicamp e das escolas técnicas.
Havia, ainda, postos de informações sobre formas de ingresso na Universidade, como, por exemplo, sobre o Programa de Formação Interdiscplinar Superior (Profis). Monitores identificados permaneceram em todas as unidades para tirar dúvidas e orientar os visitantes. Três praças de alimentação foram instaladas com várias opções de refeições. Elas foram colocadas na Praça do Ciclo Básico, no bolsão da área da saúde, próximo à FCM, e no espaço de recepção (bolsão da Biblioteca Central).
Futuros alunos
Aspirante a uma vaga no curso de Medicina da Unicamp, Lorena Godoy saiu de Piracicaba neste sábado de manhã para participar da UPA. E foi embora surpreendida.
“A gente foi para o curso de medicina, e no começo eu achei até que seria chato, mas acabei achando muito legais as experiências que a gente fez lá”, disse ela.
“Fizemos experiências de cardio. Mexemos com bonecos para procedimentos de ressuscitação, massagem cardíaca e outras coisas. Foi muito legal, acho até que vai me ajudar a decidir”, disse ela.
Já Giovana Amaral, de Americana, disse que a participação na UPA pode ter sido decisiva para ela: agora, pretende fazer Odontologia.
Ela assistiu a palestras e recebeu informações sobre o curso, que aceleraram a sua decisão. “Eu estava muito em dúvida entre vários cursos, mas acho que vou sair daqui bem certa de que eu quero Odonto mesmo”, disse ela. “Acho que esse tipo de atividade [UPA] é muito importante. Porque abre a nossa mente. Você fica conhecendo os cursos e quais as áreas em que pode atuar. Isso é ótimo”, afirma ela.
Julia Martins, também de Americana, diz que ainda não escolheu a carreira. “Eu vim aqui justamente para isso. Para conhecer os cursos, ver as áreas de atuação, essas coisas. Ainda não me decidi, mas estou amando a experiência de estar aqui”, contou ela.
As amigas Ana Beatriz Orlandi, Linara Cordeiro dos Santos e Nicole Caroline Ribeiro Resende vieram juntas de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. As duas primeiras querem fazer Nutrição, e a terceira, Economia.
Ana Beatriz ficou surpresa com o campus. “Como é ‘redondo’ (o campus), fica mais fácil o contato entre o pessoal de Humanas e de Exatas. Isso garante maior integração entre os alunos”, avaliou ela. As três disseram que a Unicamp está no topo da lista das suas universidades preferidas.
Os amigos Lucas Henrique da Silva Munhoz e Luis Gustavo Gonçalves vieram de Guarulhos, na Grande São Paulo, para conhecer o campus. Lucas pensa em fazer algo na área de engenharia mecânica e gostou da experiência da UPA. “Eu tô (sic) achando uma experiência bem ‘top’, bem ‘da hora’. Tem várias coisas que me interessaram, mas estou pensando em algo ligado à Mecânica”, disse.
Luiz Gustavo, por sua vez, pensa em cursar alguma coisa ligada à Tecnologia da Informação. “Vi algumas palestras em que aprendi um monte de coisa legal”, afirmou.
A UPA em números
“A UPA 2022 foi um sucesso”, disse a vice-reitora. “Tivemos o prazer de receber mais de 32 mil alunos em nosso campus e de apresentar aos jovens um pouco do espírito inovador que norteia a vida de nossos estudantes e o trabalho de nossa comunidade universitária”, acrescentou ela. “Abrindo novamente nossas portas, cumprimos a missão da Unicamp em mostrar que a ciência constrói o desenvolvimento e o futuro. E estamos certos de que novas gerações assumirão esse compromisso”, finalizou Maria Luiza.
A organização da UPA 2022 exigiu a mobilização de 15 diferentes órgãos da Administração da Universidade, de faculdades e institutos, em um trabalho que teve início ainda em abril.
O evento recebeu estudantes de 430 escolas que se inscreveram, sendo que o setor de transportes registrou a entrada no campus de 755 ônibus. Para dar conta desse contingente, cerca de 1.200 voluntários estiveram monitorando atividades nas unidades de ensino e pesquisa, além de 182 servidores dos setores administrativos. Um total de 46 servidores fizeram parte da comissão organizadora da UPA.
Transmissão ao vivo
A Secretaria Executiva de Comunicação (SEC) preparou um esquema especial para a divulgação do programa e a cobertura jornalística do evento.
Um grupo cuidou exclusivamente das redes sociais. Sob supervisão da SEC, alunos e estagiários de diversas áreas – Dança, Biologia, Artes Visuais e Medicina – produziram conteúdos específicos que, posteriormente, foram publicados em redes sociais. Vídeos produzidos pelos estudantes mostraram todos os principais pontos da universidade, como a Praça da Paz, a Biblioteca Central, o Ciclo Básico e locais importantes dos campi de Limeira e Piracicaba. “Envolvemos os alunos e os estagiários até como uma forma de estimular uma cobertura que tivesse o olhar desses jovens”, disse a jornalista Bruna Mozer.
Pela primeira vez em 17 edições, a UPA teve uma transmissão ao vivo que ficou a cargo do jornalista Felipe Mateus. Por cerca de 1h30, ele mostrou a movimentação de alunos, entrevistou especialistas e apresentou reportagens sobre a vida acadêmica.
“Em 2021, por conta da pandemia, a gente fez uma UPA on-line, e isso nos estimulou a dar mais um passo. Por isso, pensamos na transmissão ao vivo, até mesmo para poder mostrar a Universidade para os que não puderam vir”, explicou ele. Todo o material produzido está disponível no portal Unicamp.
A transmissão envolveu técnicos da Rádio e TV Unicamp e do Centro de Convenções da Unicamp. Um dos equipamentos utilizados foi o robô Educart, adquirido pela Unicamp para ser usado nas aulas híbridas online e presenciais no retorno das atividades semipresenciais durante a pandemia.
“Trata-se de um equipamento com câmera de alta qualidade, formato HD 1920/1080 pixels, e ângulo de abertura de 120º. Ele conta com um sistema de inteligência artificial que, sozinho, por meio de identificação sonora, consegue realizar o movimento de zoom da câmera, aproximando ou afastando a imagem”, explicou o cinegrafista e editor Kléber Casabllanca.
“Eu e Bruno Piato, o responsável pelo setor de audiovisual do Centro de Convenções, estudamos o robô e percebemos que podíamos expandir o seu uso até então restrito. Fizemos uma adaptação das funções do equipamento para a primeira transmissão ao vivo da UPA na história da universidade, com inserções de reportagens, em formato de programa ao vivo”, disse ele. “Com isso, demonstramos que é possível desenvolver inovações e projetos apenas adaptando tecnologias já disponíveis na universidade, sem o ônus de adquirir novos equipamentos”, afirmou.
A coordenadora de Rádio e TV da Secretaria Executiva de Comunicação (SEC), Patrícia Lauretti, salientou a importância do trabalho realizado em equipe e disse que a UPA 2022 abre novas perspectivas. “Com o novo equipamento, ganhamos mobilidade e abrimos novas possibilidades de transmissão ao vivo em outros espaços da universidade, para além dos estúdios”, disse a coordenadora.
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