Idealizado pela Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e aprovado no Conselho Universitário (Consu), um Plano Plurianual de Investimentos (PPI) acaba de ser criado pela Unicamp.
De acordo com o Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário (PRDU), Fernando Sarti, o PPI irá utilizar parte das reservas financeiras da universidade para investimentos no financiamento de obras novas ou na reforma de estruturas já existentes.
Segundo Sarti, o PPI é um instrumento contínuo, em que projetos – que podem ter duração de dois a cinco anos – poderão ser incorporados ao Plano, ao longo do ano. "O PPI é um projeto para se pensar os investimentos de médio e longo prazos e irá permitir que a Universidade retome de forma segura e permanente a sua política de investimentos", acrescentou ele.
Na reunião deste mês de agosto, o Consu aprovou o primeiro pacote do PPI, que prevê R$ 242 milhões para a realização de obras nos campi da Unicamp em Campinas, Limeira e Piracicaba. Haverá obras sob responsabilidade da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI), da Secretaria de Administração Regional de Limeira e Piracicaba (SAR) e da Prefeitura do Campus.
Segundo previsão da Depi, as primeiras obras deverão ser licitadas até outubro deste ano. Entram nesta lista aqueles projetos com um nível de detalhamento já avançado. Muitos deles, segundo a Depi, estão com o projeto executivo já finalizado e, justamente por isso, poderão ser licitados imediatamente.
Segundo levantamento da Depi, em 2017, a Unicamp contava com 25 obras consideradas inacabadas. Em junho deste ano, 13 dessas obras foram concluídas e quatro estavam em execução. Há, ainda, outras oito em fase de planejamento.
Projetos iniciais
Entre os projetos iniciais, a Unicamp prevê a construção do prédio anexo do Cotuca, a ser instalado em uma área de 2,5 mil m², com quatro pavimentos e investimento de R$ 9,6 milhões. Há, ainda, o Centro Clínico da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), que irá ocupar uma área de 2,3 mil m² e exigirá o investimento de R$ 12 milhões. Também está prevista a conclusão das obras dos três prédios dos Laboratórios Integrados de Pesquisa (LIP), para que possam ser ocupados. Os LIPs estão numa área de 3 mil m², e o custo total é de R$ 15 milhões.
O maior projeto está no campus de Limeira. Deverão ser construídos os prédios multiuso no campus II, a serem usados pela Faculdade de Tecnologia (FT) e pela Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA). Um deles será instalado numa área de 21 mil m², e outro num espaço de 18,5 mil m². O valor total da obra é de R$ 85 milhões. O prazo previsto para conclusão é de 36 meses.
Prefeitura Universitária
Parte das obras previstas no PPI serão executadas pela Prefeitura Universitária. Elas dizem respeito à manutenção em setores essenciais, como abastecimento de água, saneamento e fornecimento de energia. "Todas as nossas intervenções irão levar em conta as diretrizes da sustentabilidade, alinhadas aos objetivos do programa Campus Sustentável", disse o prefeito do campus, Juliano Finelli.
Segundo ele, será executado um programa de eficiência energética e de combate a perdas. Para isso, a Prefeitura pretende promover melhorias nas redes de distribuição e nas subestações e a substituição de transformadores e cabos. Esses procedimentos exigirão investimentos da ordem de R$ 8,9 milhões.
Na área de saneamento, a previsão é de investimentos em torno de R$ 11,9 milhões. O programa prevê o retrofit da casa de bombas do reservatório do Teatro de Arena e a ampliação da capacidade do reservatório do Caism que, por sua vez, deverá repercutir no atendimento ao Hospital das Clínicas. Prevê ainda a recuperação de uma subadutora e a das redes de distribuição do anel do Ciclo Básico, além da instalação de medidores de volume de captações de água superficiais.
A Prefeitura calcula a recuperação da pavimentação, a substituição de sinalização horizontal de trânsito e a troca de pontos de ônibus. A Administração identificou 29 pontos de ônibus considerados prioritários. Os equipamentos também serão padronizados. O custo desses projetos atinge R$ 14,1 milhões.
Impermeabilização
O PPI prevê uma série de intervenções nos prédios modulares – os chamados Pinotinhos – no campus de Barão Geraldo. A ideia é realizar a pintura e a impermeabilização de telhados. Nessa fase, serão incluídos 42 desses prédios. De acordo com a Prefeitura, os prédios serão preparados também para receber placas fotovoltaicas, que captam a luz do sol e a transformam em energia elétrica.
Investimentos no HC
O Hospital de Clínicas (HC) prevê investimentos de aproximadamente R$ 18,3 milhões em obras de infraestrutura. Serão 10 itens, entre eles, a substituição da tubulação mestra de água e gás do HC. Haverá ainda mudanças no mobiliário e recuperação de setores do hospital.
Para Fernando Sarti, a instituição do PPI será de grande importância para a Universidade. "O PPI é um novo mecanismo – importantíssimo para a universidade – para se pensar os investimentos mais substantivos, com a garantia de que, do ponto de vista financeiro, esses investimentos tenham começo, meio e fim", finalizou o pró-reitor de Desenvolvimento Universitário.