O cônsul-geral dos EUA em São Paulo, David Hodge, foi recebido nesta sexta-feira (2) pelo reitor da Unicamp, Antonio Meirelles, em reunião que poderá abrir novos ciclos de cooperação entre a Universidade e instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos.
O diplomata – que está no cargo desde julho de 2021 e que já havia servido anteriormente no Rio e em Brasília – diz que o objetivo da aproximação é o de ampliar as colaborações.
“Já existem parcerias de décadas entre o governo norte-americano, por meio de embaixadas e consulados, as universidades americanas e a Unicamp. Estou aproveitando para visitar o campus, que não conhecia, para visitar alguns cientistas que têm projetos com o governo norte-americano e para lembrar sempre que queremos expandir nossas colaborações”, disse Hodge.
Segundo ele, as cooperações são possíveis em todas as áreas. “Pela importância da Unicamp, já existem colaborações nas áreas de ciências ou na engenharia, mas avaliamos que há muitos cursos e oportunidades aqui”, finalizou. Dados da Deri (Diretoria Executiva de Relações Internacionais) aponta que existem atualmente 56 acordos em vigor entre a Unicamp e instituições norte-americanos. Destes, 36,5% são acordos de pesquisa.
Entre as instituições com as quais a Unicamp mantém acordos, estão a Universidade de Harvard, a Universidade de Yale, a Universidade de Chicago e a Universidade de Purdue. A diretoria informa ainda que, de 2012 a 2022, 3.160 docentes da Unicamp foram para os EUA para pesquisa, ensino, treinamento e outras atividades acadêmicas. Ainda segundo a Deri, neste mesmo período, um total de 320 alunos da Unicamp foram para os Estados Unidos em algum tipo de parceria ou programa de mobilidade. Nesses mesmos 10 anos, 115 estudantes norte-americanos vieram para a Unicamp.
O diretor executivo da Deri, Osvaldir Pereira Taranto, reforçou que as parcerias entre a Unicamp e os norte-americanos são muitas e de longa data e que há possibilidades de ampliação. “Se a gente definir um foco e olhar com mais calma, poderíamos falar das relações com a Fullbright, que é justamente a viabilização de bolsas e cátedras para a mobilidade de professores e outras coisas”, disse ele. “Vamos torcer”, concluiu.
Para o professor Alfredo Barbosa de Melo, assessor da Deri, o encontro com o Cônsul pode ser o ponto de partida para novas parcerias. “Isso é só o começo. O cônsul chegou em 2021, mesmo ano que o professor Meirelles assumiu a reitoria e, portanto, estamos numa fase de aproximação, no início de uma interlocução que pode ser muito fecunda”, disse o professor.
“Nossa ideia é fortalecer a imensa colaboração já existente entre a Unicamp e organismos e instituições norte-americanas”, disse o reitor Antonio Meirelles.O reitor lembrou que, por coincidência, pouco antes do encontro com o Cônsul, teve uma reunião com representantes do Fermilab – laboratório especializado em Física de Partículas de alta energia, do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Na pauta, estava o projeto DUNE – Deep Underground Neutrino Experiment – realizado em cooperação científica com o Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW), da Unicamp.
O Fermilab é responsável por um dos maiores projetos científicos da atualidade para o estudo de neutrinos, que são as partículas subatômicas mais abundantes no Universo e as mais difíceis de detectar. A maior compreensão do comportamento dos neutrinos poderia explicar, por exemplo, porque o Universo é constituído por matéria.