Depois de dois anos e quatro meses, o uso de máscara como medida de prevenção contra a covid-19 vai deixar de ser obrigatório na Unicamp. De acordo com a coordenadora-geral da Universidade, a infectologista Maria Luiza Moretti, o uso do equipamento de proteção passa a ser facultativo a partir do dia 20 de setembro nos ambientes internos dos campi e dos colégios técnicos – como salas de aula e setores administrativos. Ela diz, no entanto, que a Universidade continua recomendando o uso da proteção, especialmente para aqueles com 60 anos ou mais, portadores de comorbidades, imunossuprimidos e/ou que estejam apresentando sintomas respiratórios. A coordenadora alerta ainda que a obrigatoriedade será mantida para toda a área da saúde – caso de hospitais, ambulatórios, consultórios e postos de saúde.
Maria Luiza Moretti disse que a Coordenadoria Geral da Unicamp vai iniciar uma campanha para que servidores e estudantes façam a atualização dos dados referentes às doses de reforço nos cadastros internos da Universidade. Ela informa que a Unicamp conta com mais de 90% de vacinados com as duas doses iniciais, mas lembra que o índice é menor quando se trata de terceira ou quarta doses. “Pode até ser que as pessoas tenham tomado as doses de reforço, mas não atualizaram os cadastros internos. Por isso, é importante que façam essa atualização”, diz ela. “E se alguém ainda não tomou a dose de reforço, é importante que tome”, adverte.
Para fazer a atualização dos dados, os servidores devem procurar o site oficial da DGRH (Diretoria Geral de Recursos Humanos) – e buscar a aba “Vida Funcional Online”. Para os estudantes, basta acessar a página oficial da Diretoria Acadêmica.
A DGRH vai enviar mensagens a servidores para que façam a atualização, e as redes sociais oficiais da Universidade também vão emitir alertas. Até agora, cerca de 70% dos servidores informaram ter tomado as doses de reforço. Entre os estudantes, esse índice cai para perto de 35%.
Maria Luiza Moretti diz que a decisão de suspender a obrigatoriedade do uso de máscara veio depois da queda consistente no número de casos de covid-19 e mortes provocadas pela doença, queda essa verificada em todo o estado de São Paulo. Ela lembra que a secretaria estadual de saúde tornou o uso do equipamento de proteção facultativo no transporte coletivo a partir desta sexta-feira (9), obedecendo a uma recomendação do Conselho Gestor da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de São Paulo (SCPDS).
Segundo nova avaliação feita pelo Conselho Gestor, formado por especialistas em saúde pública, o atual cenário epidemiológico da covid-19 permite flexibilizar a restrição.
O Conselho Gestor aponta que o estado conta com altas taxas de cobertura vacinal, expressiva queda nas internações por covid e uma taxa de óbitos por milhão de habitantes menor do que a verificada em países desenvolvidos.
O governo estadual informa que o total de pacientes com a doença internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) despencou de 4.091 em 3 de fevereiro para 363, atualmente. A média móvel de mortes caiu de 288 em 9 de fevereiro para 27, no mesmo período. Esses dados foram atualizados no dia 8 de setembro.
A prefeitura de Campinas, por sua vez, desobrigou o uso de máscaras no transporte público a partir do sábado (10). A obrigatoriedade no uso de máscaras foi determinada na cidade em maio de 2020, no início da pandemia.
Esforço
A vice-reitora lembrou o grande esforço realizado pela Unicamp, ao longo de todo o período da pandemia. “A Unicamp teve um papel fundamental na assistência à população de Campinas e de toda a região. Recebeu e tratou pacientes, muitos deles em estado muito grave. E fez isso mesmo num período em que ainda sequer havia vacina”, disse a professora.
Moretti avalia que a Universidade teve um papel também muito importante na prevenção da doença, quando desenvolveu protocolos e equipamentos que permitiram uma melhor adaptação aos efeitos da pandemia e, com isso, continuou funcionando e prestando serviços.
A coordenadora-geral lembrou ainda que a Universidade foi firme ao garantir um retorno seguro às atividades presenciais. “A Universidade realizou um trabalho incessante nesse sentido. O retorno do trabalho presencial foi feito de forma brilhante, com todos os cuidados que garantiram a volta segura de alunos, professores e servidores”, avaliou ela.