A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, anunciou nesta sexta-feira (23), em audiência com o reitor da Unicamp, Antonio Meirelles, a realização de uma Bienal de Arte e Cultura a ser promovida pela entidade e que deverá ser realizada no Rio de Janeiro, na primeira semana de fevereiro do ano que vem.
“Pretendemos reunir milhares de estudantes de todo o país para discutir arte, cultura, educação, e queremos aproveitar essa bienal para reforçar a discussão sobre os planos de reconstrução do Brasil. Queremos discutir educação, democracia, enfim, refletir sobre o Brasil”, afirmou a presidente da UNE no encontro realizado na Unicamp.
A ideia da Bienal, segundo ela, é que as universidades participem não apenas com os debates, mas que também apresentem trabalhos artísticos que estão sendo produzidos nos campi de todo o País. “Será uma forma de a gente saber, inclusive, o que as universidades estão produzindo”, explica ela, que pediu apoio do reitor na organização do evento.
A dirigente diz que entre as pautas prioritárias da UNE está a discussão sobre a Lei de Cotas – que este ano completa 10 anos e que deveria ser revisada pelo governo, o que acabou não acontecendo. Segundo ela, a lei não apenas deve ser mantida, como também aprimorada.
O reitor informou à dirigente que a Unicamp tem investido não apenas em sistemas de inclusão, mas também tem aprofundado políticas de permanência de estudantes. Lembrou ainda que a Universidade tem ampliado formas de acesso e desenvolvido mecanismos que ajudam os estudantes a concluírem seus cursos.
Plano emergencial
Bruna Brelaz disse na audiência com o reitor que a entidade trabalha na elaboração de um plano emergencial que tem como objetivo promover “a reconstrução da estrutura da educação superior no país”, que, segundo ela, foi comprometida nos últimos anos.
“Queremos construir um plano que envolva orçamento e que reúna uma equipe de especialistas para pensar a universidade neste próximo período”, disse ela.
“Precisamos ver desde as estruturas das salas de aula até as ferramentas tecnológicas que se mostram necessárias, também em função desse período de pandemia. Mas, principalmente, queremos pensar numa estratégia de recuperação dos alunos que desistiram. Isso, para a gente, é algo urgente, fundamental”, disse ela.
A dirigente diz não ter dados gerais, mas estima que, apenas no setor privado, ao menos 2 milhões de estudantes desistiram dos estudos. “Garantir uma política pública para corrigir isso, para nós, é de extrema importância”, finalizou.