A Unicamp iniciou negociações para o estabelecimento de acordos de cooperação com a Universidade da Letônia. Uma delegação da instituição europeia foi recebida nesta sexta-feira (14), em Campinas, e manifestou interesse de, inicialmente, implementar ações de colaboração no setor cultural. Não foi descartada, no entanto, a possibilidade de expandir essas ações para outras áreas das universidades.
Liderada pela reitora da Academia Letã de Cultura, Rūta Muktupāvela, e pela integrante letã do Parlamento Europeu Dace Melbärde, a delegação foi recebida pelo reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, e pelo professor Osvaldir Pereira Taranto, diretor executivo da Deri (Diretoria de Relações Internacionais) da Universidade.
No final, acompanhadas por um instrumento de sopro típico da Letônia, Rūta Muktupāvela e Dace Melbärde cantaram uma música que, ao mesmo tempo, simboliza um agradecimento pela acolhida e um gesto de despedida.
A cônsul honorária em exercício da Letônia, Daina Gutmanis, disse que o encontro foi produtivo e que as negociações tendem a evoluir a partir de agora, pela própria característica dos acordos.
“Nós achamos que será possível iniciarmos isso com um intercâmbio de estudantes, porque muitos dos cursos oferecidos pelas duas universidades são semelhantes. São cursos práticos, que não exigem o conhecimento da língua, nem mesmo que se tenha plenos conhecimentos do inglês”, disse Daina Gutmanis.
“Por exemplo, podemos fazer acordos na área dos cursos de dança contemporânea ou então um acordo para um curso de música. Esse tipo de intercâmbio é mais fácil de viabilizar”, acrescentou ela.
Segundo a cônsul, a ideia é estimular também o intercâmbio entre professores. “Eles estão vindo agora visando aos cursos de Artes, mas existem outras áreas em que a Letônia tem interesse, como a Engenharia, Química, Medicina. Então, há outros cursos em que se pode pensar em intercâmbios”, acrescentou ela.
Para o diretor executivo da Deri, Osvaldir Pereira Taranto, a possibilidade de intercâmbio é concreta. “A Unicamp está em busca disso o tempo todo e nós estamos trabalhando no sentido de expandir as fronteiras. Não só trazer o mundo para dentro da Unicamp, mas levar a Unicamp para o mundo”, afirmou ele.
“A ideia dessas visitas é justamente essa: de que eles nos conheçam. Que venham até nós e que nós possamos mandar nossos alunos para eles”, acrescentou o diretor.
Segundo ele, a partir de agora haverá um trabalho de aprofundamento das relações. “Vamos colocar nossos pesquisadores em contato com os pesquisadores deles para que a gente possa criar algum tipo de acordo. E não apenas na área de acordos de cooperação, mas na de mobilidade – de estudantes, professores e funcionários”, concluiu.
O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, avalia que existe amplo espaço para ações de cooperação.
“Eles têm uma força muito grande no setor cultural, com um interessante viés da indústria criativa. E nós temos uma área de Artes muito forte – que é concentrada no Instituto de Artes, mas que tem ramificações em outras áreas, como no IFCH [Instituto de Filosofia e Ciências Humanas], onde há grupos que trabalham a questão da cultura na Política, nas Ciências Sociais. Temos vários corais, orquestra sinfônica, museus, temos iniciativas na Proec [Pró-Reitoria de Extensão e Cultura]. Ou seja, o setor cultural é amplamente difundido na nossa universidade. Então eu acho que essa colaboração é algo bem possível”, disse o reitor.
Meirelles falou da aproximação da Unicamp com universidades europeias.
“Nós temos tradição de ter boas relações com um conjunto amplo de universidades. Hoje, um dos desafios é avançar no processo de internacionalização. A nossa intenção é estreitar essas relações, tanto no sentido de ampliar o envio de nossos estudantes para que tenham contato com outras culturas e possam desenvolver projetos de pesquisa, ciência e inovação, mas também trazer pessoas para cá”, concluiu o reitor.