Dilma Rousseff, ex-presidente da República, esteve na Universidade nesta segunda-feira (24) para uma palestra e para a assinatura de um documento no qual é requisitada a alteração do nome do Centro Acadêmico do Instituto de Economia (Caeco).
Os estudantes do curso de Economia pretendem batizar o órgão com o nome da economista Maria da Conceição Tavares, professora do Instituto de Economia (IE) da Unicamp nos anos de 1980 e que se tornou uma referência na luta pelo desenvolvimento econômico e social do Brasil. Dilma assinou o documento que reivindica a alteração.
O pedido será encaminhado para uma assembleia estudantil dos alunos do Instituto de Economia para ser referendado.
Além do Centro Acadêmico, participaram da organização do evento, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) e a APG (Associação Central de Pós-Graduação da Unicamp). Após o ato de assinatura do manifesto, Dilma proferiu a palestra “Educação e democracia no Brasil”.
De acordo com a ex-presidente, a única forma de se reduzir a desigualdade no Brasil é por meio da educação. “E só se faz isso com políticas afirmativas voltadas aos mais pobres”, disse ela, que defendeu a instituição de cotas raciais e sociais em todas as universidades.
Dilma – que falou no Ciclo Básico para um público aproximado de 4 mil pessoas, segundo estimativa dos organizadores do evento – relembrou os dois períodos em que esteve na Unicamp, na condição de aluna dos programas de mestrado e de doutorado do Instituto de Economia. Uma delas, contou, aconteceu três anos depois de deixar o presídio Tiradentes, em São Paulo, onde permaneceu presa entre os anos de 1970 e 1972, acusada de subversão pelo regime militar. “A Unicamp é um lugar de excelência. E é de lugares como esse que vai sair o futuro do Brasil”, disse ela aos estudantes.
“Foi na Unicamp que aprendi o que foi a escravidão, um dos maiores aprendizados da minha vida. A gente não estudava isso nas escolas”, contou ela, que vê, ainda hoje, a cultura escravista na elite brasileira, algo que está na base das desigualdades presentes no país.
Além da palestra da ex-presidente, o evento teve intervenções artísticas com música e dança, como as do grupo de maracatu Maracatucá, de Barão Geraldo, da Família Rap e do grupo indígena Mowatcha, do povo Tikuna.