O professor Paulo José Rocha de Albuquerque assumiu na manhã de segunda-feira (31) a direção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) para o quadriênio de 2022-2026. Em cerimônia presidida pelo reitor Antonio José de Almeida Meirelles, o professor Alberto Luiz Francato se despediu do cargo que ocupava desde 2018 ao lado do professor Daniel de Carvalho Moreira como diretor associado.
“Fomos maestros de pessoas que ocuparam os seus papéis de maneira excelente. Nosso muito obrigado e desejamos sucesso aos novos gestores”, destacou Francato ao lembrar dos desafios pelos quais passaram nos últimos quatro anos. “Tivemos que defender a universidade pública, enfrentar uma pandemia e uma crise política, mas vencemos”, avaliou o agora ex-diretor.
Paulo Albuquerque terá como diretora associada a professora Mariana Rodrigues Ribeiro dos Santos. Em seu discurso, disse se sentir à vontade no cargo, uma vez que, segundo ele, não irá administrar a FECFAU sozinho. “Agradeço a confiança depositada pela comunidade no processo eleitoral. A nossa busca será por uma transformação da cultura organizacional”, atestou. “Para além do sonho, a realidade que nos espera será desafiadora, mas se o sofrimento não foi solitário a vitória também não será”, concluiu.
Atuação nas três esferas
Prata da casa, o novo diretor chegou à Unicamp no início da década de 1980, para cursar Tecnologia em Construção Civil e Obras de Solos, curso oferecido pelo Centro Superior de Educação Tecnológica (Ceset), atualmente denominado Faculdade de Tecnologia (FT). Dois anos depois decidiu se graduar em Engenharia Civil também pela Unicamp. Na época, o curso era oferecido em Limeira. O novo diretor fez mestrado na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e doutorado em Engenharia Civil na Universidade de São Paulo (USP). Voltou para a Unicamp em 2001 para assumir o cargo de professor. Durante sua trajetória também foi técnico de laboratório na Feagri. “Sou daqueles que vestem a camisa. Fui aluno, funcionário e docente e sei bem o que é atuar nas três esferas”, destacou Paulo Albuquerque.
Autonomia universitária
O reitor Antonio Meirelles aproveitou a oportunidade para apresentar os desafios que a administração central tem enfrentado quanto ao futuro da Universidade. Segundo o reitor, o principal tema de debate atualmente diz respeito à autonomia universitária conquistada pelas universidades estaduais paulistas. Em sua avaliação, é preciso fortalecer a ideia de que o êxito alcançado pelas instituições tem relação direta com a autonomia. “Tivemos que enfrentar uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] das universidades, uma crise financeira com os recursos diminuídos e as várias dificuldades no embate com a pandemia. A base principal do êxito foi a autonomia universitária, que permitiu uma administração correta dos desafios”, avaliou.
Para sustentar a importância da autonomia universitária, o reitor citou os números referentes às três instituições paulistas e publicados pela “Revista Fapesp” em 2019. O levantamento compreendeu dados de 1989, antes da autonomia, e dados de 2017. Mesmo reduzindo o número de funcionários e sem aumentar o número de docentes, o número de formandos em graduação cresceu 2,5 vezes. Já o número de títulos de doutorado foi sete vezes maior e, no caso do mestrado, quatro vezes maior.
Outro desafio apontado pelo reitor diz respeito à aproximação da Unicamp com a sociedade. Para Antonio Meirelles, é fundamental que a Universidade apresente para o público em geral a pesquisa que faz dentro dos seus muros. Ele citou os exemplos do radar meteorológico, adquirido pelos prefeitos da Região Metropolitana de Campinas e que será instalado na Unicamp. O radar fará medições 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Um outro exemplo foi a instalação do Programa de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista (Pratea), que permitirá que todo conhecimento sobre como lidar com o autismo seja replicado. O reitor lembrou também da sua participação na apresentação dos trabalhos realizados pelos estudantes do terceiro ano de Arquitetura, ao projetarem a sede do Corpo de Bombeiros que será instalada na Unicamp. “Precisamos nos aproximar da sociedade em seus vários níveis. Criar laços para que enxerguem a importância do que fazemos. A sociedade precisa ser convencida do valor da Ciência”, defendeu.