O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, e o presidente da Câmara Municipal de Campinas, vereador Luis Rossini, discutiram na manhã desta sexta-feira (17) a instituição de um convênio pelo qual a Universidade teria acesso ao arquivo de documentos históricos abrigados na Casa Legislativa.
A ideia, segundo Rossini, seria abrir o arquivo da Câmara para pesquisas de professores, estudantes e pesquisadores. A Unicamp, segundo ele, também poderia contribuir na divulgação do material e, eventualmente, na implementação de novos mecanismos de preservação.
A Câmara de Campinas completa 226 anos em 2023 e abriga documentos que marcaram a fundação da cidade. Guarda, ainda, registros que trazem detalhes da organização política, econômica e social do município — e do país — desde o período colonial.
A Câmara de Campinas foi criada em 1774, como consequência da força da economia açucareira que se instalou na região. Nesta data, foi transformada em Freguesia, numa bem-sucedida estratégia da Coroa Portuguesa, que pretendia promover a recuperação da Capitania de São Paulo, após o início do declínio do ciclo do ouro em Minas Gerais.
“A Câmara possui um arquivo documental, histórico, riquíssimo e muito bem conservado, mas acho que ele é subutilizado”, argumentou Rossini. “Queremos explorar mais esse acervo para termos mais conhecimento sobre nossa história, para que ele possa ser usado por pesquisas de alunos e profissionais de várias áreas da universidade”, explicou o presidente da Câmara. “A ideia é preservar e dar maior visibilidade a todo esse material”, concluiu.
O reitor disse que a Unicamp tem interesse em estimular esse tipo de parceria. “A Unicamp tem, no Centro de Memória e outros órgãos da Universidade, uma força muito grande na política de preservação e exploração de documentos históricos, em particular na história de Campinas e região”, explicou Meirelles.
“Temos tido experiências de sucesso com a Prefeitura de Campinas, e outras na cidade, e por isso acho que essa é uma oportunidade grande para estimular e apoiar esse tipo de iniciativa”, acrescentou.
O reitor disse ainda que a Universidade tem procurado se aproximar dos diversos organismos da sociedade. “Queremos que Campinas reconheça a Unicamp como uma instituição que pode contribuir na busca por soluções práticas para os problemas da sociedade”, explicou Meirelles.
O reitor lembrou ainda, ao presidente da Câmara, o importante papel que a Unicamp desenvolve na área da saúde para a região, com os atendimentos feitos pelo Hospital de Clínicas. Disse, ainda, que a Universidade tem se empenhado na implantação de um hospital regional. Ele garantiu que a intenção é ampliar os níveis de interação com a cidade e a região.
Meirelles lembrou dos programas como o da residência pedagógica — pelo qual estudantes de graduação podem atuar em escolas do ensino médio — e da instalação do HIDS (Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável), que está em implantação em área do campus de Barão Geraldo. O HIDS prevê a instalação de um distrito inteligente, com grande interação entre organismos públicos, setores da iniciativa privada e a academia.
A audiência contou com as presenças do subsecretário de relações institucionais da Câmara, Lincon Santos; do diretor geral da Casa, Ronan Domingues Vieira; do diretor geral adjunto, Hugo Cardoso D’Stefano; do subsecretário de Relações Estratégicas, Sinésio Jorge Filho; e do chefe de gabinete da presidência da Câmara, Roberto Cardinalli.
O chefe de Gabinete da Reitoria, Paulo César Montagner, também participou do encontro.