Da infância recheada de livros, enciclopédias e jornais (mas também de gibis e super heróis). Da preferência por humanas, a graduação em História e a chegada na Arqueologia. Da Arqueologia para as ditaduras e para a resistência e os estudos de gênero. Da USP para a Unesp e, depois, para a Unicamp. O professor Pedro Paulo Abreu Funari, do departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, já perdeu as contas de quantas vezes ajustou sua trajetória acadêmica para que nela coubessem novos interesses.
Na Unicamp desde 1992, Funari impulsionou as pesquisas arqueológicas que ganharam destaque na academia e no campo social e político. Ele foi um dos responsáveis pelo projeto de escavações na região de Palmares, Alagoas, no início dos anos de 1990, onde foram descobertos vários sítios arqueológicos. As escavações demonstraram que, no assentamento, conviviam pessoas de diversas origens étnicas e culturais.
Depois, o professor coordenou o estudo sobre arqueologia da repressão e da resistência, realizado com pesquisadores da Argentina, Uruguai, Venezuela e Colômbia. “Montamos um projeto para resgatar a questão das ditaduras na América Latina. O resultado foi a publicação “Arqueologia da Repressão e da Resistência — América Latina na era das ditaduras 1960/1980”.
Funari também atuou em muitos cargos administrativos e apresentou, na Rádio e TV Unicamp, o programa Diálogo sem Fronteira. Ele destaca que a Unicamp sempre o atraiu pelo trabalho em equipe, pelo encontro de várias linhas e grupos de pesquisa e pela multidisciplinaridade.
O programa Memória Científica é produzido pela Secretaria Executiva de Comunicação - Rádio e TV Unicamp e resgata a trajetória pessoal e profissional dos cientistas da Unicamp.
Assista:
Memória Científica
Reportagem: Hebe Rios
Imagens: Jorge Calhau e Marcos Botelho Jr.
Pesquisa e edição: Diohny C. Andrade
Foto de capa: Antoninho Perri
Capa: Alex Calixto