A Unicamp, por intermédio da Diretoria de Cultura (DCult), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (ProEC), acaba de firmar um novo Acordo de Cooperação com a Ecofalante, Organização da Sociedade Civil (OSC) que possui rico acervo audiovisual com cerca de 200 filmes e documentários marcados pela diversidade cultural e pela questão ambiental. O catálogo fica disponível para ações de ensino, pesquisa e extensão.
De acordo com a coordenadora adjunta da DCult, professora Carolina Cantarino Rodrigues, o acordo também permitirá a realização de eventos culturais, entre eles a Mostra Unicamp Ecofalante. “Temos ainda as ações promovidas pela própria Diretoria de Cultura como o projeto Cine DCult e seus desdobramentos, como a Sala de Cinema na Casa do Lago e a realização de exibições ao ar livre. As ações da DCult relacionadas ao cinema, portanto, agora podem contar com a riqueza do acervo audiovisual da Ecofalante”, diz a coordenadora. Segundo Cantarino, essa não é a primeira vez que a Ecofalante faz parceria com a Unicamp. A DCult é a responsável pela execução do novo contrato, que tem duração de quatro anos.
O acordo também não se restringe à disponibilidade do acervo na plataforma de streaming Ecofalante Play. A Ecofalante oferece um respaldo curatorial, pelo qual ela apoia o docente ou pesquisador em uma possível curadoria. “O docente pode propor uma atividade a partir de um tema que deseja trabalhar em sala de aula”, diz a coordenadora. A partir da solicitação, a Ecofalante oferece apoio com sugestões dentro do acervo para o tema e propõe uma metodologia. Uma delas é a exibição seguida de um debate.
“Já tive a possibilidade de fazer uso dessa plataforma em atividade de ensino, exibindo um documentário, e funcionou muito bem”, lembra Cantarino, que vê neste acordo uma importante possibilidade de ampliação de horizontes na relação com as imagens, tanto na graduação quanto na pós-graduação.
Cultura transversal
“A cultura apresenta um caráter transversal e se faz presente nos campos do ensino, pesquisa e extensão. A parceria soma nesse sentido. O acervo audiovisual da Ecofalante, no âmbito do que se denomina como cinema ambiental, nos apresenta diferentes modos de vida e de relação com a natureza e com o ambiente. Há, por exemplo, diferentes cinematografias com cineastas de países e culturas diversas, além dos filmes de cineastas indígenas, em que eles não são ‘objeto-tema’, mas são sujeitos criadores e produtores de arte, de cinema. O acesso a esse catálogo, portanto, possibilita esse contato com diferentes modos de produzir imagens, com diferentes visualidades”, defende a coordenadora.
Para José Mateus Pereira Rodrigues, coordenador do Programa Educacional da Ecofalante, a principal função do acordo é enriquecer o processo educacional, “potencializando a formação e a consciência cidadã de cada um”, tanto dos estudantes quanto dos docentes que fazem as atividades: “Queremos complementar a aula que o docente organiza”. A Ecofalante, diz Rodrigues, tem também acordos de cooperação com outras instituições de ensino, como Senac, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e USP (Universidade de São Paulo).
“Temos ainda como meta nos aproximar dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas), que promove reflexões, por exemplo, sobre questões de gênero, da água e do clima”, diz Rodrigues.
A Ecofalante realiza uma das mostras audiovisuais mais importantes do País, a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. O seu acervo é formado predominantemente por filmes que estão fora do circuito de cinema convencional. “Boa parte deles vem das mostras de cinema promovidas pela Ecofalante, outra parte vem de acordos com distribuidoras de cinema nacional. Temos ainda outros filmes feitos pela própria Ecofalante, pois, desde 2012, deixamos de produzir e passamos a focar na realização das mostras e programas educacionais”, descreve o coordenador do Programa Educacional da Ecofalante.
Para obter acesso ao streaming, a comunidade deve fazer o cadastro na plataforma Ecofalante Play. “É importante, nesse mundo contemporâneo em que tendemos a ficar reduzidos a um certo regime de imagens de uma certa cultura de streaming, termos acesso à diversidade. Então, esse acervo e essas diferentes possibilidades de trabalho, numa sala de aula, num projeto de pesquisa ou numa ação de extensão fazem com que possamos ampliar nossos horizontes audiovisuais e cinematográficos. Acho que essa é a principal riqueza desse acordo: possibilitar diferentes ações na Universidade para a comunidade da Unicamp, enriquecendo e ampliando nossos horizontes, no que diz respeito à imagem, que se faz tão presente em nossas vidas”, conclui Cantarino.