Priscila Martins Oliveira da Costa, aluna do Programa de Pós-Graduação em Geociências e do Programa de Formação de Recursos Humanos (PRH 19) da Agência Nacional de Petróleo (ANP), recebeu o prêmio Geological Remote Sensing Group Annual Student Award, destinado a estudantes de doutorado ou mestrado que trabalhem com geologia e sensoriamento remoto. A aluna é orientada em seu doutorado pelo docente Carlos Roberto Souza Filho, do Departamento de Geologia e Recursos Naturais, e co-orientada por Rebecca Del Papa Moreira Scafutto e Guillaumne Lassalle, ambos pós-docs do IG. O projeto conta com apoio da ANP e de um projeto mais amplo financiado pela TotalEnergies.
De acordo com o orientador Carlos Roberto Souza Filho, o Grupo de Sensoriamento Remoto Geológico (GRSG) é um grupo de interesse especial da Sociedade Geológica de Londres (GeolSoc) e da Sociedade de Sensoriamento Remoto e Fotogrametria (RSPSoc). “Trata-se de uma associação de entusiastas interessados nos aspectos geológicos do sensoriamento remoto. A associação atual inclui geólogos e especialistas em sensoriamento remoto empregados na indústria, na academia e em agências governamentais, bem como estudantes de pós-graduação que atuam em projetos de pesquisa correlatos. Embora os órgãos principais sejam baseados no Reino Unido, o GRSG é uma organização internacional com membros em todo o mundo”, explica o docente.
O projeto de doutorado de Priscila atua no âmbito da classificação e caracterização de manchas de petróleo em ambiente marinho (offshore) através de imagens de Radar de Abertura Sintética (SAR). “Para isso, foram adotadas duas frentes de trabalho: uma computacional e outra experimental. A etapa computacional visa à elaboração de um modelo capaz de discriminar entre petróleo e óleo vegetal (falso positivo) de maneira totalmente não-supervisionada, sem intervenção de especialistas. A etapa experimental visa à avaliação de um inovador sistema SAR/drone multifrequencial para a caracterização de manchas de óleo a partir de experimento controlado de simulação de derrame de óleo no mar”, aponta a pós-graduanda.
A aluna explica que o experimento de campo, instalado no CPQBA (Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas) da Unicamp, foi projetado para simular vazamentos de óleo em escala real. “Os vazamentos foram visualizados de forma inédita usando um sistema SAR acoplado a um drone da empresa RADAZ que opera em três frequências simultaneamente. Os resultados esperados usando essa abordagem holística incluem a possibilidade de extrair remotamente as propriedades do óleo, como espessura e densidade, a partir das análise do retroespalhamento do óleo registrado nas imagens SAR”, diz Priscila.
Outros dois alunos do IG orientados por Carlos Roberto foram premiados em edições anteriores. Em 2016, Saeid Asadzadeh recebeu o prêmio na categoria Doutorado. Já em 2019, Lais Camargo Novaes foi premiada na categoria Mestrado. Três estudantes são premiados anualmente. O prêmio fornece apoio financeiro (£ 500), o qual pode ser utilizado para cobrir atividades relacionadas à pesquisa de campo ou participação em eventos científicos. Em contrapartida, os ganhadores devem contribuir com um artigo para o boletim informativo do GRSG e apresenta-lo na conferência anual do Grupo. A conferência do GRSG 2023 ocorrerá em Londres, no mês de dezembro.