A Unicamp recebeu, nesta quarta-feira (5), a visita de dirigentes da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). O grupo conheceu o campus e as estruturas de pesquisa e inovação da universidade. Eles participaram também de um encontro com diretores das faculdades e institutos da Unicamp, coordenadores de centros e núcleos de pesquisa e líderes de grandes projetos de inovação. Durante a reunião, foram apresentados aspectos do trabalho de aproximação entre universidades e empresas feito pela Embrapii e modalidades de fomento à inovação.
Participaram do encontro Igor Nazareth, presidente interino da Embrapii, Carlos Eduardo Pereira, diretor de operações, e Fábio Stallivieri, diretor de planejamento e relações institucionais. Eles foram recepcionados pelo reitor Antonio Meirelles e pela coordenadora-geral Maria Luiza Moretti.
“O contato com a Embrapii é importante para acelerarmos o processo de transferência do nosso conhecimento para o mundo industrial”, comentou o reitor. Segundo Meirelles, é importante promover a diversidade de pesquisas e tecnologias realizadas na universidade e a sinergia entre elas e o setor produtivo. “Que isso permita a startups, pequenas, médias e grandes empresas, voltadas ao empreendedorismo social, encontrarem meios de produzir ainda mais inovação.”
A Embrapii é uma Organização Social que mantém contratos de gestão com os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação; da Educação; da Saúde; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Seu trabalho tem como foco atender às demandas por inovação do setor empresarial por meio de parcerias com instituições de pesquisa científica e tecnológica, estimulando o setor industrial do país e fomentando a pesquisa científica e a inovação. “Pegamos todo o conhecimento existente nas principais Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) no Brasil, o que existe de melhor em termos de ciência, tecnologia e inovação, e aproximamos isso da demanda do mercado e das empresas, que precisam dessa inovação para se tornarem mais competitivas”, resume Igor Nazareth.
Atualmente, a Embrapii mantém parcerias com 96 centros de pesquisa e inovação públicos e privados em todo o país. Ao longo de sua história, 1.998 projetos receberam apoio da empresa e 1.371 parcerias com empresas foram firmadas. No total, os investimentos feitos por essas empresas, pela Embrapii e por outros órgãos envolvidos nos projetos, como o BNDES e o Sebrae, somam R$ 2,83 bilhões.
A Unicamp conta com duas unidades parceiras da Embrapii, o Centro de Química Medicinal (CQMED), que já teve seis projetos apoiados, e a E-Renova, voltada para o estudo de energias renováveis, credenciada recentemente pela empresa. Os investimentos em projetos advindos da universidade somam R$ 14,5 milhões, mas o plano é que o número de parcerias e o montante de investimentos cresça ainda mais. “Temos aqui uma riqueza de conhecimento e de infraestrutura que nos faz ter certeza de que a parceria entre Unicamp e Embrapii será muito frutífera tanto para a universidade, quanto para o ecossistema empresarial, em termos de desenvolvimento de soluções inovadoras que impactam a vida das pessoas”, destaca o presidente da empresa.
Ao longo da apresentação, eles ressaltaram que o contato mais próximo com as demandas empresariais traz benefícios não apenas ao setor produtivo, mas à própria dinâmica científica das universidades. Carlos Eduardo Pereira comenta que isso é um fator de impacto para as pesquisas científicas, o que melhora o desempenho de programas de pós-graduação, por exemplo. “Muitas vezes, parece incompatível ser um bom pesquisador e ter uma relação próxima com o setor empresarial, mas não é”, pontua.
Além das modalidades de apoio às unidades de ciência e tecnologia, por meio das parcerias com empresas, eles também apresentaram tendências para o futuro do apoio à inovação, como a ampliação de projetos que contemplam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e a criação dos Centros de Competência, unidades que desenvolvem tecnologias avançadas em áreas de fronteira do conhecimento, fazendo com que a ciência e o setor produtivo brasileiros despontem como referências no cenário internacional. “Precisamos olhar para as competências que serão necessárias no futuro. Em muitos setores, nosso país acaba seguindo o que é feito lá fora”, afirma Nazareth.