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Carta à comunidade acadêmica
Na condição de reitor da Unicamp, lamento e expresso minha profunda consternação à comunidade acadêmica, em particular a de Israel, pelos inadmissíveis atos de violência ocorridos no dia 3 de abril de 2023, que resultaram no impedimento da realização da Feira de Universidades Israelenses. Dirijo-me, com especial atenção, aos profissionais da Universidade e da organização do evento que vivenciaram momentos de violência e tensão no campus de Barão Geraldo. Reitero, a todos e todas, o meu pedido de desculpas.
A comunidade da Unicamp, em suas diferentes instâncias, também repudiou a violência cometida por um grupo restrito de adeptos do radicalismo político. Foram registradas, por exemplo, manifestações de solidariedade e condenação por parte da coordenadora geral da Universidade, da equipe de pró-reitores, de dirigentes das unidades de ensino e pesquisa, bem como de docentes, discentes e servidores técnico-administrativos.
A Unicamp tem um longo histórico de atuação pautado pelo pluralismo de ideias, liberdade de cátedra e defesa da democracia. Ao longo de sua existência, sempre acolheu atividades e eventos promovidos por representantes de diferentes matizes políticos, ideológicos e religiosos. No âmbito das relações internacionais, tradicionalmente, são firmados convênios e parcerias com órgãos públicos, organismos multilaterais e universidades de todos os continentes. Tais ações têm, por escopo, o fortalecimento das relações acadêmicas e interinstitucionais. A Universidade mantém, ainda, programas de acolhimento de refugiados e de grupos de vulneráveis, com forte estímulo a políticas que promovam os direitos humanos.
De forma condizente com os princípios que norteiam esta instituição, enfatizo que, a despeito desse lamentável ato isolado, as atividades acadêmicas com universidades e institutos de pesquisa israelenses continuarão em seu curso normal.
Com votos de estima e consideração,
*carta assinada pelo reitor da Unicamp Antonio José de Almeida Meirelles