Entre os dias 24 e 26 de abril, a carreta itinerante Road Show ABGD Huawei Solar realizou uma exposição com equipamentos elétricos e ofereceu cursos nas categorias introdutório e integrador para usuários e visitantes da Unicamp. A ação é uma iniciativa da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), em parceria com a empresa Huawei, e recebeu o apoio do Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn) e do Laboratório Vivo de Transição, Eficiência e Sustentabilidade Energética Campus Sustentável Unicamp. A abertura do evento contou com a presença de Luiz Carlos Pereira da Silva, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp, diretor do CPTEn e coordenador do Campus Sustentável, de Guilherme Chisprim, presidente da ABGD, de profissionais da área e de estudantes. Toda a programação transcorreu no espaço interno da carreta, no estacionamento da Feec.
Rafaela Franco, graduanda da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), participou de um dos cursos e não demorou para fazer conexões entre o que aprendeu e sua atuação profissional. “Trabalho com agroecologia em assentamentos rurais. Lá existem trabalhadores rurais em situação de vulnerabilidade e a dificuldade de acesso à energia elétrica é uma delas”, relatou a estudante. Devido à falta de soluções convencionais, conta Franco, às vezes, parte dessas comunidades só consegue acesso à eletricidade fora da legalidade e das normas de segurança.
A percepção da graduanda não é um acaso. Segundo o presidente da ABGD, os cursos oferecidos pelo Road Show ABGD Huawei Solar possuem esse objetivo. “Não temos a pretensão de dizer que alguém entrou no curso às 8h da manhã, saiu às 12h e está capacitado para subir no telhado e colocar um sistema fotovoltaico. Não é isso, a ideia não é essa. Essa é uma oportunidade para as pessoas interessadas tanto em conhecer os sistemas e, talvez, instalá-los em casa ou em um comércio, quanto para quem também queira desenvolver um negócio nesse sentido”, explica Chrispim.
“O interesse do CPTEn e do Campus Sustentável em apoiar esse projeto da carreta consiste no fato de a transição energética, pensando no país inteiro e no próprio planeta, precisar de profissionais, principalmente num país do tamanho do Brasil, em todos os lugares, de profissionais bem preparados para atuar nessa área. E a universidade demora muito para atingir essa formação técnica necessária em todo o país. A carreta tem esse papel de viajar pelo país, levando formação aos Estados em quantidades enormes, viabilizando uma transição energética mais acelerada para energias renováveis”, comenta Luiz Carlos, que chama atenção para iniciativas desenvolvidas na Universidade com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e em parceria com empresas do setor, como a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
Circuito da transição energética
Cerca de 90 estudantes do Colégio Pentágono também visitaram a exposição na carreta Road Show. As turmas do primeiro ano do ensino médio compareceram na terça-feira (25) para realizar o Circuito para a Transição Energética, na Jornada Olhos no Futuro, iniciativa que integra o projeto Campus Sustentável. E, se por um lado, a exposição é itinerante, por outro, o Circuito, uma visita guiada na qual os participantes conhecem as instalações do Laboratório Vivo Campus Sustentável, no campus da Unicamp em Barão Geraldo, é permanente. O passeio é oferecido pelo programa interdisciplinar de pesquisa e extensão Olhos no Futuro, coordenado por Danúsia Arantes, pós-doutoranda da Feec no âmbito do CPTEn e do Campus Sustentável.
“O Circuito estimula a percepção dos participantes na compreensão do que é a transição energética, quais são os elementos que a compõem, chamando a atenção para a energia renovável e as formas de geração. Mostramos as instalações fotovoltaicas, o ônibus elétrico, a etiquetagem de prédios, todas as aplicações tecnológicas que temos dentro da Unicamp, que contribuem para a transição energética”, explica a pós-doutoranda. Ela lembra que a organização da visita é elaborada por integrantes do Energizar, um dos subprojetos que abordam a sustentabilidade energética nas escolas como uma meta essencial.
Manolo Rodrigues, professor de Química do colégio, ressalta a importância de colocar estudantes em contato com a vivência universitária, e isso para relacionarem o que aprendem no colégio com o que a universidade oferece e perceberem novas oportunidades. Segundo o docente, eles estarão mais preparados para fazerem suas escolhas futuras, os seus próprios caminhos, com mais tranquilidade. “Dentro do trabalho que fazemos no colégio, do itinerário formativo, é importante para os estudantes relacionarem o que trabalhamos no colégio com o que a universidade faz. É muito importante perceberem que o nosso estudo, realizado no ensino médio, não é uma coisa separada. Acredito que a vinda deles à Unicamp vai abrir caminhos inesperados”, reflete.