O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, recebeu, na manhã desta sexta-feira (19), o deputado estadual Alex de Madureira em uma audiência na qual discutiram a criação de um curso de medicina em Piracicaba.
O deputado integra a Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e pode ser o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a ser votada naquela casa. Ele disse acreditar que a implantação do curso é viável. “Vejo essa possibilidade de criar o curso em Piracicaba como algo possível”, disse o deputado ao final da reunião. “Precisamos ver a disposição do governo e o interesse da Unicamp, mas podemos começar a pensar em abrir espaços no orçamento para essa demanda”, acrescentou. “Na verdade, viemos aqui [até a Unicamp], hoje, para saber como podemos ajudar nesse processo”, afirmou Madureira.
Em março deste ano, Meirelles conversou sobre o assunto com o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, e com o prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida. Em abril, ele recebeu o deputado estadual Helinho Zanata, também para discutir esse assunto. De acordo com o reitor, a instalação do curso atenderá a uma demanda histórica da região. Em 1967, a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) passou a fazer parte da Unicamp. A avaliação do reitor é que um curso de medicina vai fortalecer a presença da Unicamp na recém-criada Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) – formada por 24 municípios e abrigando uma população de ao menos 1,5 milhão de pessoas.
Para o reitor, a Universidade precisa crescer de forma uniforme. “O que temos hoje é uma desproporção muito grande entre a Unicamp em Campinas e Limeira e a Unicamp em Piracicaba. Está claro para nós que Piracicaba precisa crescer mais, dentro da estrutura da Unicamp”, argumenta o reitor.
Meirelles lembrou que, até se chegar à criação do curso, alguns obstáculos precisam ser superados. Um deles refere-se à possibilidade de contratação de professores. O número de professores que a Universidade pode contratar hoje na Faculdade de Medicina seria insuficiente, segundo ele.
O reitor diz ainda que, para se criar uma escola de medicina, é preciso discutir garantias sobre a relação da Universidade com as estruturas de saúde, que passariam a integrar o processo de formação dos alunos. Para ele, é preciso corrigir limitações da legislação no que se refere à gestão de unidades de saúde que podem funcionar como unidades de extensão.
Por fim, Meirelles diz que é preciso recursos para o custeio da escola e das instituições de saúde que vierem a estar ligadas a uma eventual nova faculdade.
O reitor alega ainda que a criação do curso em Piracicaba não vai exigir grandes investimentos. E lembra que a Unicamp dispõe de uma boa estrutura já montada na cidade.
Além da Faculdade de Odontologia, a Universidade participa da gestão do Hospital Regional de Piracicaba (HRP) e do Ambulatório Médico de Especialidades (AME).