Com homenagens póstumas ao indigenista brasileiro Bruno Pereira, ao jornalista britânico Dominik Phillips e à antropóloga e professora Adriana Dias, a Unicamp e o Instituto Vladimir Herzog realizam, na próxima segunda-feira (22), a cerimônia de premiação da terceira edição do Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos.
A solenidade acontecerá no anfiteatro da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), a partir das 10h, e será aberta a toda a comunidade acadêmica.
Criado durante a pandemia, o prêmio – que pretende dar relevância a trabalhos que reafirmam o compromisso da ciência com a promoção da dignidade da vida – terá neste ano um caráter especial. Pela primeira vez, a cerimônia será realizada de forma presencial e, também pela primeira vez, vai contemplar todas as áreas do conhecimento.
Organizadora do prêmio, Josianne Cerasoli, professora do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, conta que 132 trabalhos foram inscritos, em cinco áreas diferentes. Todo esse material foi avaliado por uma comissão nacional formada por 40 especialistas.
Quinze trabalhos foram selecionados nas áreas de Ciências Exatas, Engenharia e Tecnologia; Ciências Biológicas e da Saúde; Ciências Humanas, Sociais e Econômicas; Artes, Comunicação e Linguagem; e Educação. Foram indicados três trabalhos de cada área.
Acesse a lista com os selecionados
A professora explica que a organização não queria premiar apenas pesquisas sobre Direitos Humanos, mas avaliar trabalhos que tivessem compromisso com a dignidade da vida (e não apenas com a da vida humana). Segundo Cerasoli, a ideia é que os trabalhos estivessem, de alguma forma, ligados a questões da desigualdade, da pobreza, da violência, de raça, de migrações, do meio ambiente, da sustentabilidade, entre outras. Foram avaliadas pesquisas publicadas em 2022.
A professora destaca que até mesmo a escolha do momento para realizar a entrega do prêmio alinhou-se com essa ideia. O dia 21 de maio foi eleito pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Mundial para a Diversidade Cultural e para o Diálogo e o Desenvolvimento. “Acho que isso define bem a ideia do prêmio”, afirma.
Prêmio honorário
Além do reconhecimento acadêmico, a organização deverá entregar também o Prêmio Honorário, reconhecendo pesquisadores ou acadêmicos que se destacaram pela sua contribuição com pesquisas relativas aos Direitos Humanos.
Nesse caso, serão quatro os homenageados. Além dos já citados Bruno Pereira e Dom Phillips – assassinados no dia 5 de junho de 2022 durante uma viagem pelo Vale do Javari, no Amazonas – e a professora da Unicamp Adriana Dias – que morreu em 29 de janeiro deste ano –, o prêmio também contemplará o advogado, filósofo e professor universitário Silvio Almeida.
Doutor e pós-doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Almeida é um dos mais importantes pensadores atuais sobre a problemática do racismo no Brasil. Neste ano, passou a comandar o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil.
“Normalmente seriam três os homenageados, como ocorre com as outras áreas, mas, nesse caso, não nos foi possível dissociar Bruno Pereira de Dom Phillips”, explicou a professora.
Alessandra Sampaio, viúva de Dom Phillips, e Beatriz Mattos, viúva de Bruno Pereira, gravaram vídeos de agradecimento pelo prêmio, que serão exibidos na solenidade. Marcelo Higa, viúvo de Adriana Dias, deve participar da cerimônia.
A cerimônia vai contar ainda com as presenças do reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, da coordenadora geral da Universidade, Maria Luiza Moretti, da professora Silvia Santiago, integrante da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH), e do diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogério Sotilli.
As pesquisas premiadas vão se transformar em temas de reportagens a serem publicadas no Jornal da Unicamp.
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Assista ao vivo a cerimônia de premiação: