A coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, recebeu na manhã desta terça-feira (23) o pró-reitor de Internacionalização da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, num movimento que aponta para uma nova fase do processo de aproximação entre as duas instituições. No encontro, os dirigentes discutiram a possibilidade de parcerias em diversas áreas de pesquisa e a ampliação no processo de mobilidade de estudantes e docentes.
Nos últimos 20 anos, a Unicamp manteve oito diferentes colaborações de pesquisa com Birmingham – sendo seis deles na área de ciências biológicas. “Estamos muito otimistas em relação a esse processo de aproximação. Temos possibilidades de colaboração em diversos campos e espero que tenhamos novos encontros e a discussão de novos projetos”, disse a coordenadora geral.
O encontro foi organizado pela DERI (Diretoria Executiva de Relações Internacionais) e é uma espécie de sequência da visita realizada por uma delegação da Unicamp ao Reino Unido, em novembro do ano passado.
Entre os dias 14 e 18 de novembro de 2022, a delegação liderada pelo reitor Antonio José de Almeida Meirelles esteve no Reino Unido em missão cujo principal objetivo era retomar as atividades de internacionalização que haviam sido interrompidas durante a pandemia de covid-19 e aprofundar parcerias já existentes.
Neste período, a comitiva da Unicamp esteve nas universidades de Cardiff, Birmingham, Imperial College e London School of Economics (LSE). “Na verdade, esse encontro de hoje é um passo à frente no relacionamento que a Unicamp pretende manter com a Universidade de Birmingham. Estamos otimistas quanto ao aprofundamento das colaborações e esperamos aumentar bastante a mobilidade, em especial a de alunos de graduação”, disse o professor Osvaldir Pereira Taranto, diretor da DERI.
A Universidade de Birmingham está entre as 100 melhores do mundo, segundo o QS World University Ranking 2022.
A representante de colaboração em pesquisa da Universidade de Birmingham no Brasil, professora Flávia Rodrigues, disse ver várias possibilidades de colaboração entre as duas instituições. Segundo ela, há interesse em áreas que vão desde engenharia, inteligência artificial e saúde, até a área de humanidades.
Ela diz que um dos principais focos de interesse entre as duas universidades, neste momento, é o de ampliar o processo de mobilidade. “Nós acreditamos que o foco para os próximos anos passe a ser a mobilidade estudantil”, avalia a professora. “É algo que foi muito discutido em reuniões anteriores, mas agora podemos perceber que os dois lados têm estrutura para dar suporte um ao outro nesta iniciativa”, acredita.
Flávia Rodrigues diz que os esforços pela ampliação da mobilidade devem se dar com maior ênfase para os alunos de graduação já que, segundo ela, esse movimento já existe entre os alunos da pós. “A ideia é movimentar mais a graduação, porque eles (dirigentes da Universidade de Birmingham) acreditam que essas pessoas podem ficar interessadas em construir uma carreira em ambas as universidades; fazer uma pós-graduação, tornarem-se professores, pedir financiamento para pesquisa, ou seja, percorrer uma escala crescente”, acredita ela.
A professora diz considerar isso possível agora, porque, segundo ela, há maior interesse de agências de fomento, como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), por exemplo, em financiar esse tipo de ação. Além da mobilidade estudantil, há interesse da universidade britânica em ampliar o intercâmbio de jovens doutores e de pessoal técnico-administrativo.
Amplas possibilidades
A professora Flávia Rodrigues diz, ainda, que as possibilidades de colaborações entre as duas instituições são amplas, chamando a atenção para a área de bem-estar, da saúde, em que podem ser exploradas questões do envelhecimento, pesquisas ligadas à escola de educação física, medicina, odontologia, fisioterapia. “Todos eles, projetos multidisciplinares”, lembra.
“Além disso, há grande interesse em estudos relacionados ao câncer, ao meio ambiente e aos cuidados com água. Temos um grupo de pesquisa com estudos avançados na área de microplásticos, poluição”, conta ela.
Na área de tecnologia, ela diz que há muito interesse da universidade em firmar acordos em áreas de engenharia e na de inteligência artificial. A professora ressaltou que Birmingham quer também, firmar acordos na área de Humanidades, em suas diferentes subáreas.