A discussão acerca da relevância da curricularização da extensão, da prática de atividades de extensão e da integração dessas atividades às disciplinas de graduação foi o centro do II Seminário de Extensionalização do Currículo da Graduação. O evento, que aconteceu nesta quarta-feira (24), no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, contou com a presença do pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho. Organizado pelos coordenadores da Graduação do IB, Helena Barbosa e Danilo Miguel (associado), o seminário é parte do processo de inclusão da extensão nos currículos de graduação, conforme as exigências do Ministério da Educação (MEC). As discussões incluíram o compartilhamento das experiências do IB e de outras unidades na implementação da curricularização e na divulgação do conhecimento produzido pela extensão universitária.
Coelho falou sobre a relação direta da extensão com a interação dialógica entre universidade e sociedade, sendo essa relação algo fundamental como agente transformador social e universitário. O pró-reitor também chamou atenção para a indissociabilidade entre extensão, ciência e pesquisa, sublinhando o valor de toda a metodologia e sistematização que os projetos e atividades extensionistas possuem, além de ressaltar sua interdisciplinaridade e interprofissionalidade. “O currículo não deve ser entendido como um ‘apêndice’ do processo educativo. Curricularizar a extensão universitária implica aproximar a universidade dos grandes desafios da sociedade, particularmente da educação básica, do desenvolvimento nacional, dos movimentos sociais e das esferas públicas”, afirmou.
“A ideia foi que a gente pudesse promover, aqui no IB, discussões acerca da importância de se integrar atividades extensionistas com projetos de ensino, ou seja, com projetos que estão ligados às disciplinas da graduação. No decorrer do seminário vimos a importância do assunto e a relevância de se valorizar cada vez mais as iniciativas que levam em consideração a inserção dos alunos de graduação e de pós-graduação em atividades extensionistas. Existe espaço e oportunidades para isso, e eu me vejo hoje, na posição de coordenadora do Instituto de Biologia, como alguém que possui a oportunidade de incentivar cada vez mais as práticas extensionistas nas atividades que compreendem disciplinas da graduação”, afirmou Barbosa. A organizadora do evento ressaltou também que, com o seminário, foi possível discutir a forma com que o conhecimento construído em conjunto pela universidade e pela sociedade geram seus reflexos, transformando-se em motores de modificação social e de comunidades específicas. “O conhecimento não tem propriedade, o conhecimento é do mundo, é para melhorar a vida das pessoas em seus nichos e em seus contextos”, afirmou.
Lais Fraga, docente da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) e coordenadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), chamou a atenção para a valorização da extensão como uma atividade acadêmica, enfatizando o fato de a extensão ser produtora de conhecimento, funcionar como espaço para a formação de discentes, docentes e servidores, funcionar como um espaço de diálogo entre diferentes modos de vida e diferentes modos de conhecimento e também contribuir com a transformação da universidade e da sociedade, em direção a uma sociedade mais justa, democrática e diversa. “A ITCP desenvolve ações de educação popular a partir da formação de e do apoio a grupos populares autogestionários, como cooperativas populares, associações e grupos informais, o que chamamos de incubação”, relatou.