O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp apresentou oficialmente, nesta segunda-feira (29), o novo aparelho de ressonância nuclear magnética 1.5T Magnetom Altea, da Siemens. O moderno equipamento é o primeiro no mundo com diâmetro interno de 80 cm, proporcionando conforto e acessibilidade para pacientes claustrofóbicos, ansiosos e mais corpulentos. Outro destaque tecnológico é a inteligência artificial responsável por agilizar os procedimentos e selecionar os melhores parâmetros para adequar a aquisição das imagens a cada tipo de paciente, cada um com características únicas e individuais (biovariáveis).
O novo aparelho de ressonância magnética foi adquirido por R$ 4 milhões lançando mão de recursos disponibilizados por emendas parlamentares dos deputados federais Paulo Freire (R$ 2.820.000,00) e Carlos Sampaio (R$ 250 mil) e por meio de uma contrapartida de R$ 930 mil oferecida pela Reitoria da Unicamp. As obras de instalação foram realizadas pela Siemens. Outra vantagem do equipamento é que a tecnologia embarcada nele permite aumentar em 30% a produtividade dos exames, reduzindo o tempo de espera dos pacientes. O equipamento foi adquirido com vários softwares de pós-processamento que resultam em digitalização e reconstrução de imagens com excelente qualidade diagnóstica, processos esses altamente eficientes e baseados em deep learning (aprendizagem profunda, uma área de estudos do campo da inteligência artificial).
“A ressonância é muito importante para um hospital como o nosso HC. Entre a chegada da verba parlamentar e a instalação dele, houve um trabalho imenso de preparo da infraestrutura coordenado por várias equipes do hospital. Quero agradecer aos parlamentares e à reitoria da Unicamp, que viabilizaram esse novo equipamento de ressonância magnética”, ressaltou, durante a cerimônia de apresentação do aparelho, Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do HC.
A Siemens chama atenção para a tecnologia BioMatrix de inteligência artificial, que analisa os pacientes segundo suas anatomia e fisiologia, minimizando variações indesejadas nos resultados diagnósticos das imagens. A tecnologia BioMatrix se ajusta automaticamente à biovariabilidade do paciente, “personalizando” os exames. O novo aparelho faz aquisição de imagens em todas as partes do corpo humano, como coração, cérebro, cabeça, pescoço, pulmão, órgãos intestinais, próstata, estrutura musculoesquelética, entre outras.
Carmen Olmos, representando Sampaio, se disse honrada por estar na Unicamp e por ter participado da compra do equipamento. “Sempre estaremos presentes na Unicamp e continuaremos sendo parceiros por causa da nossa confiança no trabalho de vocês. Esta Universidade e este hospital são motivos contínuos de orgulho para nossa sociedade.” Antonio Gonçalves de Oliveira Filho, ex-superintendente do HC, representou Freire e destacou que, há quatro mandatos, o parlamentar vem apoiando o HC com emendas para equipamentos e o custeio de atividades. “Queremos agradecer publicamente essa parceria com todos os parlamentares federais e, neste dia em especial, os deputados Paulo Freire e Carlos Sampaio, que sempre mantiveram as portas abertas [para a Unicamp] em Brasília”, disse Gonçalves.
O novo aparelho também apresenta novas funcionalidades quanto às imagens envolvendo implantes de metal, algo historicamente difícil no caso dos sistemas convencionais de ressonância magnética porque essas peças interferem no exame. O modelo Magnetom Altea consegue reduzir as distorções provocadas por implantes de metal.
“Apoiar a Unicamp e a área da saúde é apoiar a sociedade, e não só a do Estado de São Paulo, mas a do Brasil, porque a Universidade recebe pacientes de vários Estados do país. Meu sonho é que o HC esteja, em breve, classificado entre os dez melhores do Brasil. Se depender de nós, isso será um compromisso”, assegurou Maria Luiza Moretti, coordenadora geral da Unicamp.
Dario Saadi, médico e prefeito de Campinas, lembrou que só a tecnologia não faz a medicina avançar e que é necessário um olhar humanizado no cuidado do paciente. O prefeito destacou a disposição da reitoria e do HC em sair dos muros da Universidade e discutir com a prefeitura ações para melhorar a vida da população de Campinas e região. Ele citou, por exemplo, os mutirões feitos pelo hospital para reduzir as filas de espera em diversas especialidades clínicas e cirúrgicas. “É muito bonito ver essa vontade de cuidar da cidade de Campinas e é uma felicidade participar da entrega desse equipamento de ponta que fará diferença no tratamento dos pacientes”, concluiu Saadi.
O encerramento da cerimônia coube ao reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, que mais uma vez destacou a importância das parcerias da Unicamp com o Congresso Nacional. “Esse conjunto de recursos para a aquisição desse novo equipamento, entre muitos outros que já vieram e estão por vir, é muito importante. Precisamos continuar nos juntando com instituições da cidade, do Estado e do governo federal para uma maior convergência focada na assistência e no desenvolvimento regional e do país”, ressaltou o reitor.
O diretor da Divisão de Diagnósticos por Imagem do HC, Sergio San Juan Dertkigil, chamou atenção para as novidades tecnológicas presentes no equipamento, que, além de proporcionar maior tranquilidade aos pacientes – pelo conforto e rapidez dos procedimentos –, reforça a evolução dos processos diagnósticos. “A medicina de precisão no HC ganha com o novo equipamento, pois as inovações permitem, além de obter as vantagens já citadas, concentrar vários segmentos do corpo em um só exame”, observou. Outro diferencial é a capacidade de carga máxima da mesa do aparelho, de 320 kg.