A Unicamp recebeu na manhã desta segunda-feira (12) um dos pesquisadores mais proeminentes na criação de base de dados de estruturas 3D de proteínas por meio de algoritmos de inteligência artificial, o bioinformata Dr. Sameer Velankar. Atualmente, ele é diretor da base de dados de inteligência artificial do European Bioinformatics Institute (EMBL-EBI), em Cambridge (Reino Unido). Velankar teve uma grande influência no desenvolvimento da Base de Dados de Estruturas de Proteínas (Protein Data Base, PDB do EMBL-EBI) e no AlphaFold da DeepMind. Este feito gerou um número sem precedentes de previsões confiáveis de estruturas de proteínas, que estão acessíveis à comunidade científica em geral.
A maioria das proteínas dobra-se em estruturas 3D que determinam o seu funcionamento e orquestram os processos biológicos da célula. Conhecer essa estrutura ajuda a compreender como elas se moldam e como interagem entre si ou com outras moléculas. Por extensão, avançamos no entendimento de como a vida funciona em nível bioquímico. Essa informação também é valiosa para acelerar a busca de novos medicamentos e tratamentos.
Atualmente, o AlphaFold representa uma grande revolução na área da biologia estrutural. Nos últimos 50 anos, as estruturas 3D determinadas de forma experimental no laboratório representam um conjunto de aproximadamente 100 mil proteínas, uma fração muito pequena da dimensão e diversidade do universo das proteínas. Utilizando a IA, os pesquisadores já tinham construído uma base de dados com cerca de 1 milhão de estruturas proteicas. Agora, com o aprimoramento do programa, esse número aumentou em 200 vezes, o que abrange quase todos os organismos da Terra cujos genomas já foram sequenciados.
A palestra “Enabling use of structure data: PDBe-Knowledge Base and its role in facilitating structural biology research” ocorreu no auditório do Instituto de Computação da Unicamp.
O evento foi coorganizado pelo Centro de Química Medicinal (CQMED) do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) e pelo Recod.ai (Artificial Intelligence Lab), do Instituto de Computação, ambos da Unicamp. A visita do pesquisador também conta com apoio da Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB3C).