Acordo com a Organização Internacional para Migrações permitirá o desenvolvimento de ações conjuntas

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A Unicamp e a Organização Internacional para Migrações (OIM) assinaram, nesta segunda-feira (26), um memorando de entendimento que permitirá o estabelecimento de uma série de parcerias entre as instituições. Braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para migração e refúgio, a OIM realiza e apoia pesquisas e produção de dados com o objetivo de orientar e informar sobre políticas e práticas migratórias.

No Brasil desde 2016, a OIM atende necessidades humanitárias de pessoas que, de alguma forma, foram forçadas a deixar seu local de origem por conta de conflitos, violência armada, desastres, epidemias, pandemias e outras crises.

O acordo foi assinado pela coordenadora-geral da Unicamp, professora Maria Luiza Moretti, pela presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello e coordenadora do Cocen (Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa), professora Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, e pela representante da OIM no Brasil, Carla Lorenzi.

O acordo foi assinado pela coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, pela presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello e coordenadora da Cocen, Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, e pela representante da OIM no Brasil, Carla Lorenzi
A OIM atende necessidades humanitárias de pessoas que, de alguma forma, foram forçadas a deixar seu local de origem por conta de conflitos, violência armada, desastres, epidemias, pandemias e outras crises

“A OIM trabalha para que a migração seja segura, ordenada e regular, e a Unicamp, especialmente a Cátedra Sérgio Vieira de Mello e o Nepo (Núcleo de Estudos Populacionais), trabalham muito nessa área, para garantir acessos a direitos da população migrante e refugiada e dados confiáveis sobre fluxos migratórios atualmente no Brasil”, diz Carla Lorenzi.

 “Para nós, essa parceria é muito importante. Estreitar esses laços com a Unicamp é uma forma de garantir que informação de qualidade chegue a essas pessoas que escolheram o Brasil para viver”, acrescentou ela. “O trabalho da OIM e da Cátedra são muito importantes, em especial para as mulheres em situação de vulnerabilidade. Este acordo é uma forma de contribuir para a redução dos impactos e diminuir as dificuldades dessas pessoas”, disse a coordenadora-geral.

O acordo nasce com um dos projetos já em fase de finalização. Especialistas da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) estão concluindo a confecção de uma cartilha que irá trazer informações básicas sobre a saúde da mulher.

O material foi desdobrado em quatro frentes: saúde da mulher, saúde das adolescentes, pré-natal e saúde sexual — que abordará temas como menstruação e métodos contraceptivos. A cartilha está sendo editada em cinco idiomas —espanhol, inglês, francês, creole e farsi (que tem origem na língua iraniana) — e será entregue às populações migrantes.

Capa da cartilha Saúde da Mulher
Capa da cartilha sobre saúde da mulher

Segundo a médica obstetra Amanda Dantas, do Departamento de Tocoginecologia da FCM, a cartilha trará informações básicas de orientação. O objetivo é proporcionar autonomia à mulher na tomada de decisões.

Noutra cartilha, a mulher refugiada ou migrante será informada sobre os direitos de acesso aos cuidados oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e sobre como fazer uso deles. A expectativa é que a cartilha esteja pronta para ser distribuída em aproximadamente um mês, segundo previsão de Ana Carolina de Moura Delfim Maciel.

O último relatório da ONU para refugiados contabiliza 108 milhões de pessoas forçadas a se deslocar no mundo. De acordo com a OIM, nas últimas duas décadas, foram realizados aproximadamente 20 mil registros de migrantes ou refugiados em Campinas.  “O que estamos percebendo é que o fluxo é crescente”, diz Maciel.

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A médica obstetra Amanda Dantas: autonomia à mulher na tomada de decisões

A professora conta que, na Unicamp, há cerca de 20 alunos de várias procedências, regularmente matriculados na cátedra. “Nosso campo de atuação é bastante amplo, e acreditamos que as universidades têm essa função. Para nós, não importam as fronteiras”, afirma.

Ela avalia que a experiência de receber estudantes de outros países, vítimas de violência, pode ser enriquecedora para a Universidade. “Este é o mal do século.  Daqui a alguns anos, nos lembraremos disso como um capítulo triste da história, porque sabemos que, neste momento, há pessoas morrendo nas travessias dos oceanos”, alerta. “O Mar Mediterrâneo é, praticamente, um cemitério a céu aberto”, acrescenta.

“É um problema global, e é muito relevante que a Unicamp tenha uma política de acolhimento e permanência. As universidades podem desempenhar esse papel. O acordo com a OIM vem justamente ao encontro dessa perspectiva”, finaliza.

Também participaram da cerimônia de assinatura do acordo Danielle do Amaral Pizetta, representante do Comitê Regional para Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça; a antropóloga Denise Rocha, da ONG Panagah; a professora da Cátedra Ljubica Tassic e o estudante sírio Anas Obais.

Capa da cartilha sobre
Capa da cartilha sobre pré-natal e saúde sexual
Capa da cartilha para adolescentes
Capa da cartilha sobre a saúde das adolescentes

 

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O acordo foi assinado pela coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, pela presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello e coordenadora da Cocen, Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, e pela representante da OIM no Brasil, Carla Lorenzi

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