Atenas e as ilhas Cíclades foram palco da segunda edição da Escola de Verão Brasileira na Grécia, iniciativa do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp em parceria com o arqueólogo grego Yannos Kourayos, diretor da escavação no sítio de Despotiko. Concluída no dia 30 de junho, a programação levou alunos, pesquisadores e professores da Unicamp e de outras instituições para uma experiência imersiva na cultura grega, proporcionando a oportunidade de realizar estudos em um sítio da antiguidade grega.
O evento contou com um ciclo de palestras e visitas a museus, laboratórios e templos da Grécia antiga, contemplando interesses de pesquisadores com atuação em áreas como letras, filosofia, história e arqueologia. Com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp e do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a edição 2023 da Escola de Verão teve também a colaboração da Embaixada do Brasil em Atenas, onde foram realizadas palestras.
Sob o título “Arkhé: Literatura, Arte e Cultura na Antiguidade”, a programação teve início na semana de 10 de junho, com escavações no santuário de Apolo, em Despotiko, seguidas de visita ao Museu de Paros e aos santuários e sítios arqueológicos dessa ilha no arquipélago das Cíclades. Os participantes também conheceram o Museu de Delos e tiveram atividades diversas na capital grega, como no Museu Arqueológico de Atenas e no Partenon.
Os integrantes da Escola de Verão visitaram o laboratório de cerâmicas da Escola Britânica de Atenas, o Fitch Laboratory, onde puderam entender o uso de equipamentos sofisticados para análise de proveniência de cerâmicas, bem como compreender o entrecruzamento de história, arqueologia e química. Outro ponto alto foi a visita ao Paul and Alexandra Kanellopoulos Museum, com uma visita guiada pelo diretor da instituição, Nikolas Papadimitriou. A organização da Escola de Verão está planejando uma parceria entre a Unicamp e o Kanellopoulos Museum, em que os futuros voluntários das escavações poderão usar peças do acervo para estudos em arte, história e sociologia.
O ciclo foi organizado por Erica Angliker (British School at Athens) e pelos professores do IEL Isabella Tardin Cardoso, Flávio Ribeiro de Oliveira e Patricia Prata, com apoio dos arqueólogos Yannos Kourayos, Kornilia Daifa e Luigi Lafasciano. O grupo brasileiro foi composto por nove alunos da Unicamp, um estudante da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e dez professores da Unicamp, da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade de São Paulo (USP) e da British School at Athens.
Coordenadora do Centro de Teoria da Filologia (CTF) e coordenadora-adjunta do IdEA, Tardin fez uma avaliação muito positiva da segunda edição, esperando que, para as próximas edições, o projeto consiga viabilizar bolsas para uma participação mais ampla e democrática por parte de alunos e pesquisadores brasileiros. “A ideia é continuar o projeto com escavações em Despotiko e conferências na Casa do Brasil em Atenas, estas possivelmente em forma de evento dedicado ao tema do teatro antigo. Além disso, pretendemos expandir a escola e fazer parcerias com museus e outras instituições culturais para tornar a escola mais variada e dinâmica através da colaboração com outras instituições na Grécia”, declarou a coordenadora-adjunta do IdEA.
Yannos Kourayos iniciou, em 2000, uma busca sistemática de vestígios da Antiguidade grega em Despotiko. Nessa pequena ilha desabitada, de cerca de oito quilômetros quadrados, Kourayos descobriu as ruínas de um santuário dedicado a Apolo, além de mais de 20 edificações e uma grande coleção de artefatos. A reconstrução do santuário do período arcaico no local começou 14 anos depois, a fim de constituir um parque arqueológico que reacendesse o interesse pela cultura das ilhas Cíclades.
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