Reitor da Unicamp se reúne com representantes da indústria para falar sobre DUNE

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O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, reuniu-se nesta segunda-feira (3), em São Paulo, com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone, para apresentar ao setor detalhes da participação brasileira no programa de pesquisa para identificação de neutrinos denominado LBNF/DUNE (Long-Baseline Neutrino Facility/Deep Underground Neutrino Facility) – considerado o experimento mais ambicioso da história das pesquisas sobre o tema.

O projeto está em fase de implementação e terá como sede o Fermilab (Fermi National Accelerator Laboratory), nos Estados Unidos, a um custo estimado de US$ 3 bilhões. O DUNE conta com mais de mil colaboradores de 30 países, entre os quais o Brasil. A Unicamp coordena a equipe brasileira e é a principal representante nacional no projeto. Os neutrinos são partículas subatômicas – que não podem ser divididas em estruturas menores –, consideradas elemento-chave para a compreensão do processo de criação e evolução do universo. Apesar de serem partículas abundantes, os neutrinos são extremamente difíceis de serem detectados.

O encontro contou com a presença do diretor do Ciesp/Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, e de três representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Osvaldo Lahoz Maia, Eunézio Antonio de Souza e Alexandre da Silva Salto. A diretora do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW) da Unicamp, Mônica Cotta, também participou da audiência. Ela apresentou ao grupo detalhes do projeto, explicou a participação brasileira e mostrou os impactos científico e tecnológico que o DUNE poderá provocar no país.

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Da esquerda para a direita: Eunézio Antonio de Souza, Osvaldo Lahoz Maia, reitor Antonio Meirelles, Mônica Cotta, Rafael Cervone, José Henrique Toledo Corrêa e Alexandre da Silva Salto; encontro teve como objetivo apresentar detalhes da participação brasileira no programa de pesquisa para identificação de neutrinos 

Ciência e empresas

O reitor e a diretora do IFGW destacaram a importância do projeto para a ciência nacional e, especialmente, para a física nacional e afirmaram que as inovações desenvolvidas sob a coordenação da equipe de cientistas da Unicamp terão efeitos tecnológicos significativos, podendo vir a ser usadas por empresas que atuam em São Paulo ou em outras regiões do país. De acordo com o reitor, a reunião serviu também para definir duas novas iniciativas associadas à participação brasileira no experimento.

A primeira, o envolvimento do Senai de São Paulo na equipe que vai participar da fase II do programa. A segunda, a atuação conjunta das instituições na apresentação, ao governo do Estado, do potencial científico e de inovação tecnológica do projeto, com um eventualmente forte impacto na indústria e na economia de São Paulo.

A participação brasileira no DUNE vai se concentrar no desenvolvimento da tecnologia de fotodetecção de partículas e na produção de argônio líquido altamente puro, essenciais para o experimento.

Meirelles e Cotta lembraram que as tecnologias de fotodetecção e de purificação de argônio desenvolvidas e testadas na Universidade prometem gerar aplicações práticas de interesse industrial. Ambos enfatizaram ainda que o próprio desenvolvimento desse pacote tecnológico conta com a participação de várias empresas consorciadas.

A segunda fase do projeto deve iniciar-se em breve e prevê a produção em escala dos equipamentos a serem utilizados em cavernas subterrâneas nos Estados Unidos, a uma profundidade de mais de 1,5 km. O experimento deverá investigar ao longo de décadas o comportamento dos neutrinos.

Articulações

Na quinta-feira (29 de junho) da semana passada, o reitor esteve na Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos (Seppe) – órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – para tratar desse assunto. Ele conversou com a coordenadora da secretaria, Márcia Barbosa.

No início de maio, o reitor se reuniu, no Rio de Janeiro, com o chefe de gabinete da presidência da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Fernando Peregrino, e com o gerente de cooperação internacional da instituição, Alexandre de Andrade, também em busca de apoio para o projeto de pesquisa com neutrinos.

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004