A Unicamp e a Rede Municipal Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar de Campinas iniciaram negociações para a ampliação de colaborações na área da residência médica. Em encontro com o reitor Antonio José de Almeida Meirelles nesta quarta-feira (9), o presidente da Rede, Sérgio Bisogni, afirmou que deseja renovar as colaborações já existentes e abrir novas frentes de trabalho.
“Os (estudantes) residentes do Mário Gatti viriam para a Unicamp para atuar em áreas específicas, para complementação do estágio de três anos, que todos eles são obrigados a realizar. A ideia é que possam fazer um intercâmbio, em áreas como a pediatria, clínica médica, trauma, entre outras”, disse Bisogni.
“Em alguns casos, os alunos da Unicamp também podem ir para a Rede Mário Gatti, que inclui tanto o Hospital Mário Gatti, quanto o Hospital Ouro Verde, as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, explica. “São áreas específicas do cotidiano de cada uma das instituições e, com isso, podemos fazer a complementação e deixar a pós-graduação mais ampla, abrangendo mais áreas de atuação no SUS (Sistema Único de Saúde)”, argumenta.
“Na verdade, estamos refazendo (os acordos) em seis áreas e fazendo outras sete áreas com subdivisões. Então, estamos tratando de 13 áreas bem específicas. Por exemplo: na pediatria, podemos falar em dermatologia, em genética, neurocirurgia, com uma parte de UTI muito específica " conta ele. "São estágios de um mês, dentro de uma residência de três anos, visando a complementação da formação de cada aluno, na sua especialidade”, explica.
O presidente da Rede Mário Gatti lembra que já existem convênios entre a Unicamp e a rede municipal, mas a ideia agora é formalizar o sistema de maneira a estabelecer controles de presença dos profissionais ou aferir aproveitamento, por exemplo. “É muito importante que a gente faça isso com o maior embasamento técnico e burocrático possível, porque, afinal, estamos dando uma certificação para esses estudantes, e é importante que o aproveitamento seja identificado e comprovado”, explicou.
Segundo ele, é relevante que instituições públicas, que fazem atendimento exclusivamente pelo sistema SUS, possam estabelecer acordos e viabilizar parcerias. “O SUS é Brasil. É federal, estadual e municipal. É tripartite. Então, é quase uma obrigação de cada um de nós (instâncias de governo) fazer isso funcionar de uma maneira institucional. E é o que estamos tentando fazer aqui”, concluiu.
O reitor da Unicamp disse que um acordo como este é bom para as duas instituições, mas também para a população que será atendida. “Este tipo de colaboração é muito positiva para a Unicamp. Isso é muito importante para a formação dos nossos alunos e dos nossos residentes. O acordo vai abrir espaço para que se possa ampliar a ação das pessoas que se formam na Unicamp em vários níveis, junto à rede pública de saúde da cidade”, avalia o reitor. “É bom para as duas partes, porque ajuda a melhorar o atendimento à população", resumiu.
"Para a estrutura hospitalar, é algo importante também para a formação dos nossos residentes, já que eles precisam ter esse espaço de exercício prático da atividade de formação do médico”, concluiu. Também participaram do encontro a coordenadora-geral da Universidade, Maria Luiza Moretti, o pró-reitor de Graduação da Unicamp, professor Ivan Toro; o diretor executivo da Diretoria da Área da Saúde (Deas) da Unicamp, Oswaldo Grassiotto, e o coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme) da Rede Mário Gatti, Edson Soares Bezerra.