O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, recebeu, na manhã desta sexta-feira (11), o deputado estadual Rafael Zimbaldi em audiência em que foram discutidas pautas ligadas ao setor da saúde, entre elas, a instalação de um hospital regional em Campinas. A audiência contou também com a participação do médico Oswaldo Grassiotto, diretor executivo da Área da Saúde da Unicamp (Deas).
O diretor da Deas apresentou ao deputado alguns dados que, segundo ele, evidenciam a necessidade de instalação em Campinas de um hospital regional que faça o atendimento de baixa e média complexidade. Segundo ele, esta seria uma forma de desafogar o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp — que foi criado para realizar atendimentos de alta complexidade, como cirurgias eletivas, transplantes, operações cardíacas e neurológicas, entre outros procedimentos — mas que hoje se ocupa em grande parte em atendimentos de emergência.
Na avaliação de Grassiotto, o novo hospital poderia ser referência para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) — que conta hoje com uma população de 3,2 milhões — e para a Região Administrativa do estado, que abrangeria cerca de 6,5 milhões de pessoas.
De acordo com ele, o número de leitos por mil habitantes na RMC é o menor do estado de São Paulo. Segundo levantamento feito por técnicos da Unicamp, apresentado por Grassiotto pela primeira vez a um grupo de ao menos 30 prefeitos da RMC, da Região Mogiana e do Circuito das Águas, em março deste ano, a média de leitos por mil habitantes é de 2,5 no Brasil; chega a 2,0 no estado de São Paulo e atinge o índice de apenas 1,0 na RMC.
O levantamento mostrou que mais de 80% das internações nos hospitais da rede de saúde ocorrem em caráter de urgência. O diagnóstico mostrou, também, que 90% da demanda da rede hospitalar da RRAS15 (Rede Regional de Atenção à Saúde) — que engloba o Departamento de Saúde de Campinas e de São João da Boa Vista — tem origem nos municípios da região de saúde da RMC.
Segundo o diretor, 60% das internações do HC ocorrem em setores de emergência, num procedimento que reduz a capacidade do hospital de desempenhar o papel para o qual foi criado. “Precisamos voltar à vocação original do HC, que é a alta complexidade”, resume.
Antes do encontro com o reitor, o deputado visitou o Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro Unicamp), o Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo (Gastrocentro) e o Hospital da Mulher-Caism.