Um convênio de cooperação assinado nesta segunda-feira (21) pela Unicamp e pelo Centro de Aprendizagem e Mobilização pela Cidadania (Campc) – Patrulheiros Campinas – vai oferecer atividades socioeducativas, culturais, esportivas e de assistência à saúde a cerca de 1.200 jovens patrulheiros. As ações serão coordenadas pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). As primeiras, envolvendo o Departamento de Música do Instituto de Artes e a Faculdade de Educação Física, por exemplo, começam já neste mês de agosto. Outras – como o cursinho preparatório popular Malunga – terão início em 2024.
Assinado pelo reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, e pelo presidente do Campc, Adailton José Santos Silva, o acordo terá cinco anos de duração e vai oferecer aos adolescentes aulas preparatórias para provas de vestibular na Universidade e em escolas técnicas, assistência odontológica e cursos de música e educação física, além de acesso à biblioteca comunitária e a cursos oferecidos pela Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp.
O reitor lembra que a Universidade tem um acordo já antigo com os patrulheiros, firmado há 49 anos e tratando, principalmente, de programas de jovem aprendiz – por meio dos quais os adolescentes podem adquirir experiência no mundo profissional. “A ideia agora é ampliar isso para um conjunto de ações que possam envolver a organização dos Patrulheiros Campinas e os jovens que ela ajuda, lançando mão das oportunidades que a Unicamp oferece”, explica o reitor.
“Trata-se de uma ampliação, mas de forma a combinar atividades nossas – que ajudem a formar pessoas melhores e gerar novas oportunidades – com a abertura de um espaço de ação para os nossos alunos no que se refere à curricularização da extensão”, acrescenta. “Esse é um bonito projeto de extensão, mas já nesse novo espírito. O de servir também ao propósito de formação dos nossos alunos”, concluiu Meirelles.
O presidente do Patrulheiros Campinas, Adailton Silva, ressalta a importância do acordo com a Universidade. “O jovem procura formas de integração ao mundo do trabalho e esse acordo com a Unicamp é fundamental nesse sentido. Isso vai abrir novas possibilidades para aquele estudante em vulnerabilidade socioeconômica”, acredita.
Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho, o convênio é importante para a Unicamp porque é uma oportunidade de melhorar a formação oferecida. “Para a Universidade, esse é um acordo extremamente interessante porque vai em uma direção de expansão da nossa ação junto à sociedade, sobretudo junto a uma parte mais vulnerável dela”, diz o pró-reitor.
Diversos projetos
A coordenadora do projeto pela Campc, Simone Scabello, conta que as aulas de pré-vestibular serão realizadas aos sábados, em um espaço aberto na sede da entidade para esse fim exclusivo. Também será inaugurado um consultório odontológico – a ser montado no ambulatório hoje desativado da unidade. As consultas odontológicas começam a ser realizadas em janeiro e o cursinho deve iniciar suas atividades em fevereiro, segundo ela.
A supervisora da seção de bibliotecas comunitárias da Unicamp, Gislaine Melo, diz que o acordo vai permitir um intercâmbio entre os acervos da Universidade e do Campc. Uma das prioridades, diz ela, é fazer a atualização do acervo do centro e, depois, iniciar a interação. “A ideia é que os adolescentes tenham acesso tanto à biblioteca do Patrulheiros Campinas como acesso à biblioteca comunitária da Unicamp”, explica Melo.
O diretor financeiro da entidade, Leandro Garcez, comemora a ampliação do acordo. “Para nós, esse [novo] convênio é um avanço tremendo, porque a Unicamp é parceria desde praticamente quando o Patrulheiros Campinas nasceu, há 57 anos. E, depois de tantos e tantos anos renovando os contratos para a área de jovem aprendiz, estamos agora avançando para outras áreas”, avalia o diretor.
Participaram da cerimônia de assinatura do acordo, Maria Aparecida Quina de Souza, diretora geral de Recursos Humanos, Giovanna Beraldo de Azambuja Silva, coordenadora de Desenvolvimento da Divisão de Gestão de Pessoal da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH) e Edison Lins, coordenador da Educorp.
Lei do Aprendiz
O Campc é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem como missão inserir, no mercado de trabalho, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O primeiro contrato firmado com a Unicamp é de 1974. Hoje 140 adolescentes vindos do centro atuam na Universidade.
Eles são contratados por meio da Lei do Aprendiz para atuar na área administrativa. Os adolescentes cumprem uma carga de atividades práticas de seis horas diárias durante quatro dias da semana na Universidade e uma carga de atividades teóricas no quinto dia, no Campc.