Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza ações da campanha Setembro Amarelo, cujo lema deste ano é “Se precisar, peça ajuda!”. Durante o mês de setembro, diversas ações serão desenvolvidas pela Divisão de Recursos Humanos (DRH) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp a fim de difundir informações acerca da prevenção ao suicídio entre os profissionais que trabalham no hospital.
“No contexto hospitalar, os profissionais da saúde encontram-se suscetíveis ao risco, visto a existência de fatores estressores como a responsabilidade sobre a vida e o bem-estar de pessoas sob seus cuidados e o fato de lidarem com a morte em seu cotidiano, o que os coloca diante da própria impotência frente ao sofrimento do outro”, diz Nádia Zamariola Milani, psicóloga do Serviço de Desenvolvimento de Pessoal da área de recursos humanos do HC.
Uma das ações é a divulgação do Guia de Saúde Mental.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo a cada ano. Entretanto, há uma subnotificação de episódios do tipo, o que pode fazer com que o total real de casos chegue a mais de 1 milhão. No Brasil, a estimativa é de haver 14 mil casos de suicídio por ano, o que leva a uma média de 38 pessoas suicidando-se por dia. Entre 2010 e 2019, o país registrou 112.230 mortes por suicídio.
Podcast
Em 2022, a médica psiquiatra do HC Karina Diniz foi a entrevistada do episódio do podcast Ressonância sobre saúde mental. Durante o programa, Diniz falou sobre depressão, ansiedade e suicídio. Desde que foi ao ar, esse episódio tornou-se o mais popular do canal do YouTube do HC.
Na entrevista, a especialista disse haver uma taxa estável de suicídio no Brasil e uma prevalência desse tipo de caso entre os jovens. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo.
“O suicídio é um tabu e uma agressão, algo que mexe com a impotência de todos que estão em volta. O desejo de morrer é diferente do desejo de se matar. Há uma sequência de gravidades que levam à ideação suicida, presente em muitos transtornos mentais. A impulsividade é um fator de risco para o suicídio, por isso os jovens são mais vulneráveis”, explica Diniz.
Se precisar, peça ajuda
A pessoa que estiver enfrentando problemas relacionados a sua saúde mental deve procurar ajuda profissional. “Não tenha medo de perguntar se a pessoa quer se matar. Se ela disse: ‘Sim’, houve algum tipo de pedido de ajuda inconsciente”, destaca a psiquiatra. Para as pessoas que querem e precisam conversar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e e ferramentas de prevenção ao suicídio. O CVV atende por meio do telefone 188, por chat ou por e-mail.
Fórum Permanente
No dia 20 de setembro acontece, no Centro de Convenções da Unicamp, o Fórum Permanente Sofrimento Mental e Suicídio Relacionados ao Trabalho: Tecendo Redes de Acolhimento e Enfrentamento. O objetivo é discutir formas de enfrentamento e eliminação de casos de violência e assédio no mundo do trabalho.
Inscrições aqui.